Sem medo de dizer a verdade

terça-feira, 5 de outubro de 2021

ESTUDO DO LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS - CAPÍTULO 15 - TERCEIRA PARTE

 

15.2 - Se abstenha dos ídolos e das relações sexuais ilícitas

 

Outro tema importante trazido no versículo 20 se refere a idolatria e a relação sexual ilícita.

 Pois bem. Vamos ao primeiro ponto: se abster das contaminações dos ídolos.

 Deus sempre fez alianças com o seu povo escolhido, mas em todas elas, o homem a invalidou, traindo aquele que sempre lhe estendeu as mãos.

 Um dos principais motivos dessa quebra de aliança foi a idolatria, senão vejamos: Deus prometeu aos hebreus que os libertaria da escravidão do Egito (Êxodo 5, versos 6/14 e capítulo 6, versos 2/13).

 Acontece que Deus fez uma condição: que o homem só servisse e adorasse a Ele. O Altíssimo cumpriu o prometido e tirou os hebreus da terra do Egito, conforme já mencionamos no texto anterior. Mas como sempre ocorreu, o homem virou as costas para o Seu Criador e começou a idolatrar uma imagem, fazendo com que Deus se irasse contra ele, conforme está escrito em Êxodo 32, versos 1/10.

 O mesmo acontece nos dias atuais. As pessoas se esquecem de Deus e passam a adorar e cultuar imagens que não têm nada a ver com Ele, pois as mesmas são feitas através das mãos humanas, que têm pés, mas não andam, tem boca, mas não falam, tem olhos, mas não vêem.

 Veja a falta de inteligência da pessoa: essas imagens (ídolos) para se locomover, necessitam da ajuda da pessoa e para se limpar, precisam que alguém vá lá e passe um espanador, uma flanela ou coisa parecida. Se o amigo leitor parar para pensar um pouco, logo irá observar que são elas que precisam da ajuda do homem e não o homem delas.

 Veja no Salmo 115, versículos 01/08, como Deus considera uma pessoa que cultua ou adora imagens de “santos”. Ele não divide a Sua Glória com mais ninguém. Foi Ele quem criou os céus e a terra e todo o universo. A Ele seja dada toda honra, glória, louvor e adoração. Somente a Ele e a mais ninguém.

 Se coloque no lugar de Deus: Suponhamos que você tenha um filho. E você o cria com todo amor, dedicação e carinho, pensando que quando o mesmo atingir a idade adulta irá lhe respeitar e reconhecer o que você fez por ele, não considerando ninguém mais importante do que você. A lógica seria você em primeiro lugar e depois os amigos, a namorada, etc. Não é verdade?

 Como você se sentiria se seu filho lhe desse as costas e não quisesse mais saber de você e só desejasse saber dos amigos e das coisas do mundo, deixando você em último lugar? Ora, se nós que somos seres humanos e pecadores nunca queríamos passar por uma situação como essa, imagine Deus quando olha aqui para a terra e vê as pessoas adorando outros “deuses”, que na realidade não são, e O colocam em último lugar; não dando valor ao sacrifício que Ele fez ao enviar o Seu Único Filho (Jesus), por amor a humanidade, para resgatá-la de volta?

 Pare agora aí mesmo aonde você se encontra e medite um pouco na vida que você vem levando diante de Deus. Ele está agora mesmo te olhando e te ouvindo, só esperando uma atitude sua.

 Veja agora algumas passagens bíblicas, onde Deus declara expressamente a abominação da idolatria: (Levítico 19, verso 4): “Não vos virareis para os ídolos, nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o SENHOR, vosso Deus”.

 1ª Reis 14, versículo 9: “antes, fizeste o mal, pior do que todos os que foram antes de ti, e fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira, e me viraste as costas” e Levítico 26, versos 1/2.

 Por isso amigo leitor, para Deus não há seguidor de santo “a” ou santo “b”, pois todos não passam de criaturas originárias das religiões pagãs. O único elo que nos conduz a Deus é Jesus Cristo, conforme está escrito em João 14, verso 16. O resto é a prostituição da fé originária e a consequente comercialização de religiosidade; pura abominação.

 A recomendação de Tiago nesse versículo 20 é nesse sentido. Cuidado para não se tornar um idólatra.

 Vamos ao segundo ponto: se abster das relações sexuais ilícitas.

 Sexo ou relação sexual é qualquer aproximação íntima que envolva os órgãos sexuais do homem e da mulher, e não necessariamente envolve penetração vaginal.

 Desde o início da criação o sexo esteve presente entre o homem e a mulher (Adão e Eva). Está na natureza do ser humano o desejo de se relacionar sexualmente. Estou me referindo ao sexo entre o homem e a mulher. Não vou entrar na polêmica da relação sexual entre indivíduos do mesmo gênero.

 Pois bem. Deus instituiu o casamento, regularizando a procriação do ser humano, logicamente através do ato sexual. A regra natural da vida é: 1) namorar, noivar e casar. É dentro dessa teoria tripartite que o ser humano desenvolve o ato sexual e, por conseguinte, a família natural.

 O normal, estabelecido pela igreja tradicional, é que se tenha a primeira relação sexual depois do casamento. Se possível, na lua de mel. Mas isso não passa de mero dogma religioso, porque o versículo 20 do capítulo 15 de Atos, não se refere a isso. Mencionado versículo se refere ao sexo ilícito, praticado na relação extraconjugal. Pecado mortal e abominável.

 Mas e a relação sexual praticada antes do casamento, com responsabilidade e compromisso, seria pecado? O que a bíblia diz sobre o tema?

 É justamente com o intuito de esclarecer as dúvidas existentes no campo evangélico, que trago à baila esse assunto bastante polêmico, mas de suma importância.

 Pois bem. Não existe uma palavra hebraica ou grega usada na bíblia que precisamente se refira ao sexo antes do casamento. A bíblia inegavelmente condena o adultério e a imoralidade sexual, mas e o sexo antes do casamento seria considerado imoral?

 A maioria dos doutrinadores evangélicos defende a tese de que o sexo antes do casamento faz parte da definição bíblica de imoralidade sexual, mas textualmente não existe nenhuma passagem que condene esse tipo de prática.

 As passagens bíblicas que eles citam sobre o tema são as seguintes: 1ª Coríntios 7, 2; 5,1; 6,13; 2ª Coríntios 12,21; Gálatas 5,19; Colossenses 3, 5; 1ª Tessalonicenses 4,3 e o próprio versículo 20 do capítulo 15 de Atos. Contudo, vou discorrer sobre cada uma delas, com o fito de tentar demonstrar que nenhuma trata da proibição do sexo antes do casamento. Vejamos:

 1ª Coríntios, capítulo 7, versículo 2. Aqui a bíblia fala que é bom que o homem não se case, mas que ao mesmo tempo deverá se casar por causa da impureza, que é a necessidade natural do sexo. O homem é um ser que na sua índole necessita de sexo e por isso, Paulo recomenda, nesse texto, que ele se case.

 1ª Coríntios, capítulo 5, versículo 1. Essa passagem bíblica utilizada por eles, não tem nenhuma referência com a prática do sexo antes do casamento. Na verdade, trata-se de uma repreensão severa do Apóstolo Paulo sobre a imoralidade do povo de Corinto, porque naquela cidade era muito comum o irmão transar com a mulher do próprio irmão e vice-versa.

 Aqui está claro que a repreensão bíblica diz respeito a proibição do sexo entre o cunhadio. Mais uma vez está evidente que, nada tem a ver com o sexo antes do casamento.

 1ª Coríntio, capítulo 6, versículo 13. Esse texto bíblico também não tem nenhuma relação com a prática do sexo antes do casamento. Refere-se, tão somente, ao homem que vive tendo relação sexual com uma prostituta. Fala da condenação da sensualidade do corpo, ou seja, da mulher depravada e do homem safado, que transa com prostitutas.

2ª Coríntios, capítulo 12, versículo 21. Aqui também não tem nada a ver com o sexo antes do casamento. Nessa passagem bíblica o Apostolo Paulo deixou claro que estava triste por causa da depravação que havia naquele meio evangélico da cidade de Corinto. Os crentes eram invejosos, briguentos, mentirosos, prostitutos, lascivos (que significam sensuais), impuros (desonestos), etc.

 Gálatas, capítulo 5, versículo 19. Esse texto também tem o mesmo significado do que relatei acima. Mostra sobre as obras da carne. Condenação sobre impureza, lasciva e prostituição, cujos significados já mencionei. Nada sobre sexo antes do casamento.

 Efésios, capítulo 5, versículo 3. Aqui a bíblia faz uma taxação das obras da carne e das obras da luz, das quais, a impudicícia, que quer dizer luxúria, a cobiça, que quer dizer ambição e a impureza, que quer dizer desonestidade. Nada claro sobre sexo antes do casamento.

 Colossenses, capítulo 3, versículo 5. Já esse texto bíblico deixa nítido que tanto o homem quanto a mulher devem abandonar os vícios concernentes as práticas da prostituição, da impureza, da lasciva, do desejo maligno e da idolatria, já explicados acima. Nada sobre sexo antes do casamento.

 1ª tessalonicenses, capítulo 4, versículo 3. Ora, essa passagem bíblica fala sobre a vontade de Deus para com o crente. Recomenda-se que o homem ou a mulher se prive de cometer a prostituição, sabendo possuir o próprio corpo. Orienta que não se deve ter relação sexual que contrarie a lei da natureza (o sexo anal). Logicamente que a decência é a recomendação deste versículo, mas não a proibição do sexo antes do casamento.

 Atos capítulo 15, versículo 20 (que é o que estamos estudando), fala sobre a proibição da relação sexual extraconjugal. Traição no relacionamento. É isso que Deus proíbe e abomina.

 Pois bem. Sem sombras de dúvidas, o sexo durante a constância do casamento é a recomendação ideal para o cristão, como está escrito em Hebreus, capítulo 13, versículo 4, mas não existe nenhuma proibição bíblica concreta que possa condenar o ato sexual entre duas pessoas que se amam e se relacionam antes do casamento, de forma decente e com compromisso.

 Quero deixar claro que não estou concordando com o sexo pelo sexo. Estou sim tentando explicar que na sociedade moderna em que vivemos, não existe mais espaço para o tradicionalismo colocado e defendido pelos dogmas canônicos arcaicos.

 Em pleno século XXI não se pode ter a mentalidade dogmática cabrestal que se tinha outrora. A sociedade evoluiu, assim como as leis e a cultura, isso é fato.

 Note que no início da civilização não havia essa restrição psicológica, que só foi introduzida pela igreja, na sociedade tida como contemporânea, a partir do século I (d.c). Basta o amigo leitor folhear os livros do antigo testamento e logo perceberá que a liberalidade sexual antes do casamento era corriqueira.

 O velho testamento deixa claro que as mulheres deveriam ser funcionárias de seus maridos. Não só com deveres, mas com direitos também. Se uma esposa fosse "dispensada" pelo parceiro, por exemplo, podia ganhar uma carta de recomendação, podendo usar como trunfo na hora de tentar uma vaga de mulher de outro sujeito.

 Um homem podia ter tantas esposas quanto quisesse. A poligamia era a regra. Tanto é que o primeiro caso aparece logo no capítulo 4 de Gênesis: "E tomou Lameque para si duas mulheres".

 Abraão teve relação sexual com uma segunda mulher a pedido de Sara, sua esposa, que não conseguia ter filhos (Gênesis, capítulo 16, versículo 1/4).

 A bíblia cita também o caso de Jacó, filho de Isaac, que casou com as irmãs Lia e Raquel, filhas de Labão (Gênesis, capítulo 29).

 E para finalizar, vou citar o maior garanhão que a história já conheceu: Salomão que se casou com 700 mulheres e mantinha relação sexual com mais 300 concubinas (1ª Reis, capítulo 11/3).

 Pois é meu amigo e minha amiga. Se verificarmos ao pé da letra, logo veremos que foi a partir do século I (d.c), que a igreja católica, com o intuito de frear o impulso sexual do ser humano, inseriu um novo dogma na sociedade, fazendo constar sérias restrições sobre a atividade sexual, contradizendo, o que está escrito no velho testamento, como vimos.

 É bem verdade também que na atual sociedade tida como evoluída, o sexo se tornou vulgar, haja vista que as mulheres se tornaram “fáceis”, em relação ao que eram no passado, mas não se pode generalizar a ponto de condenar alguém que esteja em um relacionamento de união estável, que, diga-se de passagem, tem praticamente o mesmo efeito jurídico do casamento, nos termos dos Artigos 1.723/1.727 e 1.790, do Código Civil, c/c a Lei 9.278/1996.

 Com isso, sobrevive o dogma religioso de que o sexo antes do casamento, em vez de confirmar o amor, confirmaria tão somente o egoísmo, o usar o outro, transformando-o num objeto de gratificação sexual, sem qualquer compromisso. É o que prega a igreja tradicional.

 Vale registrar, ainda, que a mulher, por sua natureza, quando faz sexo antes do casamento, ou depois dele, é muito mais sentimental do que o homem e se questiona se é amada realmente ou se foi apenas usada. Isso se dá porque ela sabe que o homem é capaz de fazer sexo com qualquer coisa, até mesmo com as mãos. Sabe que o ato sexual para o homem não necessariamente significa um ato de amor.

 É com esse apoio desilusório da mulher e do egoísmo do homem que a igreja ensina a castidade e a continência, mas baseada apenas em preceitos, já que não existe nenhum fundamento bíblico que possa sustentar essa tese.

 Diante do exposto, conclui-se que o relacionamento sexual antes do casamento, se praticado com decência, compromisso e amor, não é proibido pela bíblia, pelo contrário, o velho testamento demonstra que era a regra no passado. Trata-se de preceitos morais, éticos e religiosos, instituídos pela igreja, a partir do século I depois de Cristo, que tem o condão de colocar um freio na sociedade promiscua da atualidade.

 Contudo, este autor deixa claro que não é defensor da prática do sexo pelo sexo, em face da inegável vulgaridade e facilidade que a maioria das mulheres tem na atualidade, em praticar esse tipo de carnalidade.

 Entretanto, defende a instituição do casamento, mas está atento para a evolução da sociedade, mantendo sua consciência limpa, dentro da legalidade ensinada pela Palavra de Deus e não pelo que ensina um determinado pastor ou padre.

 Ninguém nesse mundo tem o direito de julgar ou condenar um ser humano que tem um compromisso sério com uma determinada pessoa e pratica a atividade sexual com seriedade, compromisso e acima de tudo, com amor e respeito.

 O casamento é a consequência dessa atividade sexual, já que sem ela, não subsiste, sendo, inclusive, causa de anulação plena, nos termos dos Artigos 1.556, caput, c/c 1.557, incisos I e III, do Código Civil.


 

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