Sexta-feira, 10 de abril de 2020, dia em
que se comemora a Paixão de Cristo. Muitos não sabem a cronologia desse dia e é
justamente sobre isso que irei relatar, de acordo com a bíblia, os acontecimentos
daquela sexta tenebrosa, vivida pelo Senhor Jesus.
O
JULGAMENTO – Mateus, capítulo 27, a partir do versículo 11.
Jesus foi preso na quinta-feira à noite,
depois de cear com seus discípulos e o evangelho de Mateus, capítulo 27,
versículo 01 mostra que na manhã da sexta-feira, foi iniciado o julgamento,
perante o Governador Pôncio Pilatos.
A história mostra que Jesus teve um
julgamento político, já que a única acusação que enfrentou foi de ter se
intitulado “o filho de Deus”. Os ensinamentos de Jesus iam contra os preceitos
dos religiosos da época, já que ele ensinava a amar os inimigos, a dar a outra
face, perdoar os que lhe fizessem mal, enfim, os religiosos fariseus tinham
Jesus como uma ameaça, porque pouco a pouco o número de adeptos ao novo
ensinamento ia crescendo de forma avassaladora.
Como Jesus pregava sobre a existência de
um novo reino; sobre uma mudança de vida, e que as pessoas não deveriam aceitar
aquela vida mesquinha que tinham; como Ele pregava acerca da fé inteligente,
essa atitude também preocupou os líderes políticos da época, que viram em Jesus
uma ameaça de tomada de poder. Só que Jesus dizia a todo o momento que o reino
dele não era desse mundo; afirmava que o reino era celestial, mas isso não foi
levado em conta.
Diante desse cenário, resolveram acabar
com a revolução defendida por Jesus, vitimando-o de um julgamento político, sem
provas e sem chance de defesa.
Pois bem. Sexta-feira, no comecinho da
manhã, iniciou-se o interrogatório. Jesus, em pé diante de Pilatos, este o
interrogou dizendo: és tu rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes. E,
sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.
Então, lhe perguntou Pilatos: não ouves quantas acusações te fazem? Jesus não
respondeu nenhuma palavra, vindo com isso a admirar-se grandemente o
governador. Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar ao povo um
dos presos, conforme eles quisessem. Naquela ocasião, tinham eles um preso
muito conhecido chamado Barrabás. Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes
Pilatos: a quem quereis que eu vos liberte a Barrabás ou a Jesus? Porque sabia
que por inveja o tinham entregado. E, estando ele no tribunal, sua mulher
mandou dizer-lhe: não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito
sofri a seu respeito. Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o
povo a que dissessem Barrabás e fizessem morrer Jesus. Que farei, pois, de
Jesus? Responderam: seja crucificado. Que mal fez ele, perguntou Pilatos? Porém
cada vez clamavam mais: seja crucificado! Vendo Pilatos que nada conseguia,
pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o
povo, dizendo: estou inocente do sangue deste justo; fique o caso convosco. E o
povo todo respondeu: caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos. Então
Pilatos soltou Barrabás e após haver açoitado a Jesus o entregou para ser
crucificado.
Vejam meus amigos que o julgamento foi de
todo político, já que influenciado pelos líderes religiosos, o povo pediu a
aplicação da pena de morte ao Senhor Jesus, em detrimento da soltura do bandido
Barrabás. Nenhuma prova havia contra Ele e mesmo assim, Pilatos lavou as mãos e
o sentenciou à morte.
A
CRUCIFICAÇÃO – Mateus, capítulo 27, a partir do versículo 33.
Às nove horas da manhã Jesus foi
crucificado no meio de dois criminosos. Num lugar chamado Gólgota, deram-lhe
vinho com fel, mas ele, provando, não quis beber. Depois de o crucificarem,
repartiram entre si as suas vestes. E, assentados ali, o guardavam. Por cima da
sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS O REI DOS JUDEUS. Os
que iam passando blasfemavam dele. De igual modo, os principais sacerdotes, com
os escribas e fariseus, escarnecendo, diziam: salvou os outros, a si mesmo não
pode salvar-se. Se és rei de Israel, desça da cruz e creremos em ti.
A
MORTE DE JESUS - Mateus, capítulo 27, a partir do versículo 45.
Por volta das 15 horas Jesus entregou o
seu espírito ao Pai e morreu. Está escrito que: Por volta da hora nona (3 da
tarde), clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lama sabactâni? Que
significa: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? E alguns dos que ali
estavam ouvindo isto, diziam: ele chama por Elias. E, logo, um deles correu a
buscar uma esponja, e tendo embebida de vinagre, deu-lhe a beber. Os outros,
porém, diziam: deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. E Jesus, clamando outra
vez, com grande voz, entregou o espírito e morreu.
O
SEPULTAMENTO – Mateus, capítulo 27, a partir do versículo 57.
Como todos sabem, os judeus guardam o
dia de sábado, em obediência à determinação de Deus descrita no livro de Êxodo
capítulo 31, versículo 13. O sábado para o judeu é sagrado e ninguém trabalha.
Por isso, o sepultamento de Jesus tinha que ocorrer ainda na sexta-feira,
porque do contrário, o enterro só poderia acontecer no domingo.
Diante disso, um homem rico chamado
José, da cidade Arimateia, que também era discípulo de Jesus, usando de sua
influencia econômica, foi até a presença do governador Pilatos e pediu a
liberação do corpo de Jesus para que ele pudesse providenciar o sepultamento às
pressas, ainda naquele dia, já que no sábado não tinha como ocorrer o enterro.
E assim foi feito.
Está escrito que: Caindo à tarde, veio
um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. Foi
até Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lhe
entregasse o corpo de Jesus. E José, tomando o corpo, envolveu em um pano limpo
de linho e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e,
rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou.
Esses são os acontecimentos relatados na
bíblia sobre a sexta-feira da paixão de Cristo. Espero que o amigo leitor faça
uma reflexão acerca do verdadeiro significado da morte e ressurreição do nosso
Senhor Jesus Cristo e O tenha como o Único que pode nos levar à presença de
Deus.
Amanhã falaremos sobre os acontecimentos
ocorridos no sábado pós-morte.
Que Deus abençoe a todos.