Neste final de ano quero trazer à baila um assunto que
tem tirado a paz de muitos homens casados no dia-a-dia. É o sexo no casamento. Durante
muito tempo tenho conversados com vários amigos que estão desapontados
sexualmente com suas respectivas esposas “espiritualistas”.
Segundo eles, quando
elas eram incrédulas e sem religião eram muito mais mulheres do que depois de
convertidas pois a suposta conversão fê-las “apagar” sexualmente.
A principal queixa é
que o ato conjugal não tem sido com mais frequência como antigamente. Tenho
certeza de que o mal está adorando essa situação pois nada é mais nocivo ao
casamento do que os desencontros num leito imaculado.
Por experiência
própria, posso afirmar que o futuro de um casamento feliz está na cama. O
casal pode se dizer evangélico, espiritualista, ou seja lá o que for, mas se
não tiver uma vida sexualmente ativa dificilmente serão fiéis um ao outro pois
o ato conjugal dentro do casamento é como o alimento quotidiano do corpo
físico funciona como uma espécie de tempero conjugal.
E não adianta querer
contrariar a natureza humana, porque o apetite sexual é como o apetite
alimentar; ambos fazem parte do corpo humano que Deus criou. Claro, existem
certas exceções, como o caso dos eunucos, mas em regra geral não há como
omitir ou fingir que não se tem.
Eu sei que
principalmente no meio evangélico há uma tremenda hipocrisia quanto a esse
assunto. Muitos pastores, obreiros e evangelistas têm considerado o ato conjugal
como algo carnal e até demoníaco, como se o sexo tivesse sido criado mesmo no
inferno. E essa ignorância tem sido divulgada, a tal ponto que muitos estão
deixando de lado suas obrigações para com seus respectivos maridos e
respectivas esposas.
Pois bem. Se o ato
conjugal é uma carnalidade ou coisa demoníaca, então eu e minha mulher somos
carnais, estamos possuídos pelo mal e necessitamos de libertação. Além do mais,
posso confessar, que quanto mais nos relacionamos sexualmente, aí é que ficamos
mais agarrados e dependentes um do outro.
A verdade é que a
falta do uso da fé racional tem feito a maioria dos cristãos, verdadeiros
fracassados a partir da sua própria vida familiar.
Certo dia, conversando com um amigo íntimo, o mesmo me
confessou o seu dilema e me disse que estava passando pelo seguinte problema:
“....Eudes, estou
casado há 11 anos, gosto da minha esposa e me sinto muito bem com ela em todos
os momentos. Ela me é sexualmente muito atraente e não sinto repulsa ou falta
de desejo por ela. Porém, confesso que minha vida sexual deixa muito a desejar.
Enquanto sinto necessidade de 2 a 3 relacionamentos semanais, minha esposa se dá
por satisfeita uma vez mensal. Se a solicito acima disso, ela, após uma
tonelada das desculpas, que já conhecemos, até me atende, mas com total
desinteresse. Esse problema tem tornado nosso relacionamento um verdadeiro
desastre, pois eu estou sempre insatisfeito e não consigo esconder isto. Isso
me causa um transtorno muito grande, pois quando ela não era evangélica, éramos
mais felizes no nosso relacionamento matrimonial...”
Pois é. Ao ouvir esse
relato, fiquei imaginando como deve estar realmente esse relacionamento, pois apesar
de supostamente a esposa ser uma pessoa de Deus, a falta de informação e de
inteligência tem sido um problema em sua vida sentimental. Ela é a causadora da
infelicidade do marido.
A minha resposta
foi a seguinte: “...converse
com a sua esposa sobre o assunto e exponha a sua insatisfação sexual para que a
partir daí os dois encontrem uma solução para o caso...”
A luz da Palavra de
Deus, posso afirmar que o sexo é essencial, salutar e que deve ser praticado constantemente
no relacionamento, senão vejamos:
O apóstolo Paulo
orienta claramente a esse respeito, quando diz: “O marido conceda à esposa
o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A
mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também,
semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a
mulher. Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por
algum tempo, para vos aplicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para
que satanás não vos tente por causa da incontinência”. (1ª Coríntios,
cap. 7, versículos 3 ao 5).
Salomão ensina o
seguinte com respeito ao ato conjugal entre marido e mulher: “Bebe
a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam por
for a as tuas fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas? Sejam para ti
somente e não para os estranhos contigo. Seja bendito o teu manancial, e
alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa.
Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas
carícias. Por que, filho meu, andarias cego
pela estranha e abraçarias o peito de outra?” (Provérbios. 5. do
versículo15 ao 20).
Note que a água nessa
passagem bíblica simboliza o ato conjugal; a cisterna e correntes do poço, a
esposa. “Sejam para ti somente e não
para os estranhos contigo” significa dizer que se ele não der atenção para
ela outro dará, ou seja, o Ricardão vai gostar e vice-versa.
“Seja bendito o teu manancial…” “Saciem-te os seus seios…” “embriaga-te sempre com as suas carícias”.
São termos profundamente fortes na expressão do ato sexual entre os casados. Quer
dizer que a atividade sexual deve funcionar a todo vapor.
Ante o exposto, seja como for, tenha a pessoa a
religião que tiver deve zelar pelo seu casamento, pois se a privação sexual se
perdurar com certeza esse relacionamento tenderá ao fracasso, pois não adianta
querer lutar contra à natureza humana. O sexo é bom e deve ser praticado sem
limites para sonhar sem demagogia ideológica ou religiosa, já que ele é o
tempero do casamento.
Sem sexo não tem casamento feliz. Pode acreditar.
É o que tem a dizer,
Eudes Borges.