Ultimamente tenho visto muitas pessoas
questionarem a credibilidade dos líderes religiosos. Por causa da multiplicação
do número de igrejas evangélicas, a maioria das pessoas tem questionado o
comportamento de muitos pastores evangélicos.
Praticamente hoje se tem uma igreja em
cada esquina. Nunca foi tão fácil abrir uma igreja como atualmente. O número de
dissidentes pastorais é imenso. Supostos homens de Deus que se rebelam contra a
liderança de sua igreja de origem e resolvem abrir a sua própria denominação.
Mas será que isso é normal? Será que esses
líderes religiosos estão mesmo interessados em pregar a Palavra de Deus? Será
que estão realmente preocupados com o seu rebanho? Ora, se formos analisar
friamente, chegaremos a conclusão que 90% desses pastores estão realmente
preocupados consigo mesmos. A única
preocupação é com o seu próprio ego e com a sua conta bancária.
Cada vez mais tenho visto as igrejas
crescerem de patrimônio e os pastores ficando ricos do dia pra noite. A essência da Palavra de Deus foi deixada de
lado por esse grupo de 90%. Dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Esse é o
objetivo da maioria das igrejas. A ganância impera no meio religioso.
Meditando na Bíblia, no Livro de Ester,
averiguei a história de um líder religioso que realmente honrou a essência do
evangelho da salvação. Esse pastor se chamou Mordecai. Mordecai era um líder
religioso íntegro, honesto e que se preocupava com o seu povo. Ele dava a vida
em favor do seu rebanho.
Primo da Rainha Ester, Mordecai foi
condenado à morte, juntamente com todos os seguidores do Deus Vivo, por causa
da fé que professavam (capítulo 3, versículo 12/15).
Mas como era um pastor de verdade,
resistiu, juntamente com o povo e Deus reverteu aquela situação de morte,
dando-lhe a glória de ser escolhido como a segunda pessoa do rei (capítulo 10).
Mordecai não era nada. Sua igreja era
pequenina e vivia na clandestinidade porque o domínio era da Síria naquela
época. Mas por causa de sua retidão e do seu verdadeiro compromisso com Deus,
tornou-se grande e bastante poderoso.
A diferença é que quando ficou famoso e
poderoso, não mudou de caráter, pelo contrário, usou de seu prestígio para
abençoar o seu povo (capítulo 10, versículo 3).
Diz a Bíblia, que Mordecai em todo o
momento de seu ministério se preocupava com o povo e trabalhava em favor de
todos e não somente dele.
Veja a diferença para o que ocorre hoje. A
Igreja de Cristo está corrompida por muitos pastores que apascentam a si mesmos
e que não têm nenhum compromisso com o bem-estar da comunidade evangélica.
Igrejas se transformaram em verdadeiras empresas e os crentes em clientes.
Mordecai foi um homem de Deus. Não se
preocupava em enriquecer, apesar de ter se tornado a segunda pessoa depois do
rei, ou seja, tinha de tudo, mas o que possuía era usado em benefício do seu
povo.
Hoje os pastores estão preocupados em
arrecadar para os seus próprios bolsos. Suas contas bancárias estão
transbordando de dinheiro e a do povo se esvaziando. Enquanto eles enriquecem,
o povo empobrece espiritual, cultural e financeiramente. A Palavra da Salvação
foi deixada de lado em troca da palavra da arrecadação.
Consequência? O evangelho está sendo
desacreditado por causa desses falsos pastores, que fulminaram a teologia da
salvação em prol da teologia da prosperidade. Precisamos de homens de Deus como
Mordecai para mudar a situação que aí se encontra.
O livro todo de Ester mostra claramente o
comportamento e as atitudes desse grande homem chamado Mordecai, que levou o
povo ao encontro do verdadeiro Deus. Deu a vida em favor do rebanho. Cresceu,
enriqueceu e compartilhou da riqueza com o seu próximo.
Os pastores de hoje só pregam sobre
dízimos, ofertas e votos. A razão maior deles atualmente é o dinheiro e a fama.
A credibilidade das igrejas está em baixa. E que Deus nos acuda, porque estamos
jogados ao acaso.
É o que tem a relatar,
Eudes
Borges