"Mas alguém dirá: Como ressuscitam
os mortos? E em que corpo vêm?" (1ª Coríntios, capítulo 15, versículo
35)
Há um assunto de suma importância que
irei debater neste estudo, que faz parte do nosso cotidiano, mas que, de certa
maneira, tem intrigado a maioria das pessoas. Trata-se dos dois tipos de corpos,
o físico e o celeste. Existe a possibilidade de o ser humano ter esses dois
corpos? Como o corpo físico (de nascença), pode se transformar em um corpo
celeste? Na ocasião da morte, com que tipo de corpo a pessoa segue para o campo
espiritual?
É justamente tentando responder essas
perguntas que irei, a partir de agora, discorrer sobre o assunto, trazendo,
como sempre, fundamentos bíblicos e filosóficos, para assim, chegar a uma
conclusão sobre o tema.
Pois bem. Quando nada existia, Deus
criou o universo e em seguida a terra. A partir daí, também criou o ser humano,
na pessoa de Adão e Eva (Gênesis, capítulo 01, versículo 27). Foi então que
surgiu o corpo material humano, que é o veículo com o qual nos expressamos no
mundo físico e que está sujeito ao tempo, isto é, tem prazo de validade e,
portanto, chega o dia em que cessam suas funções biológicas e o metabolismo. É
a morte desse corpo físico.
De acordo com o Dicionário Aurélio,
morte significa ato de morrer; o fim da vida animal ou vegetal. Na minha
concepção significa separação, o fim do corpo anatômico.
Ainda de acordo com a Bíblia, duas foram
as pessoas que não passaram pelo processo da morte física, a saber, Enoque (Gênesis, capítulo 05,
versículos 23 e 24 e Hebreus, capítulo 11, versículo 5) e Elias (2ª Reis, capítulo 2, versículo 11). Ora, como foi que
esse fenômeno ocorreu? Como os corpos físicos de Enoque e Elias entraram no
céu, já que a própria Bíblia diz que quando a pessoa morre recebe um novo
corpo, o celestial?
Pois bem. A palavra trasladação
significa ser transferido de um lugar para um outro. Então Enoque, ainda em
vida, foi transferido da terra para o céu. Está clara a ocorrência desse
fenômeno.
Pois é. Enoque e Elias são os dois casos
confirmados de arrebatamento no Velho Testamento. Passagem do físico para o
metafísico, porque a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus. É
preciso haver essa transformação para se entrar no campo espiritual, por causa
de um aspecto: Imagine o amigo leitor no céu envelhecendo e sentindo dores,
isto não poderia. Por isso, a lógica diz que a trasladação implica em
transformação do corpo físico em um metafísico.
O nosso espírito é imortal, mas o nosso
corpo é mortal. Portanto, aquilo que é mortal, como é o caso do corpo, para
entrar no reino dos céus, precisa ser revestido da imortalidade, ou seja, o
corpo corruptível precisa ser transformado em um corpo incorruptível.
Diante disso, a lógica nos faz crer que
na hora da passagem dessa vida para a outra vida (a eterna), tanto Enoque
quanto Elias não entraram no céu com o corpo físico, já que a carne e o sangue
não podem entrar no reino dos céus. No momento da trasladação e da assunção,
Enoque e Elias receberam um novo corpo, o célico.
Perceba que em 1ª Coríntios, capítulo
15, versículo 53, está escrito que “é necessário que este corpo corruptível se
revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade”. Aqui está claro que quando a pessoa morre
recebe um corpo celestial, pondo-se fim, entretanto, ao corpo de nascença.
É aqui que entra a metafísica. Os
versículos 42 ao 49 do referido capítulo, mostra-nos que existem os dois tipos
de corpos. O que já conhecemos, que é o material e o corpo metafísico, que é o
celestial.
Superada a explicação sobre a
trasladação de Elias e de Enoque, passarei agora a analisar um outro fenômeno
também relatado pela Bíblia e pela história. Os corpos físicos e célicos de Jesus.
Pois bem. Cristo veio a esse mundo com
um corpo material e ascendeu aos céus com o corpo celestial. Depois de sua
morte, ressuscitou e, a partir de então, teve seu corpo transformado e não
estava mais limitado às barreiras físicas nem à lei da gravidade.
Diz a Bíblia que Ele entrou na sala onde
os discípulos estavam a portas fechadas, (João, capítulo 20, versículo 26).
Note que Ele desaparecia de um lugar e aparecia em outro sem precisar de
transporte. Pois é, as portas fechadas não impediam entrada Dele, aparecia e
desaparecia quando queria.
Quando o Apóstolo Tomé se deparou com
Jesus depois de ressuscitado, não acreditou e pediu para ver as marcas da morte
causadas pela crucificação (João, capítulo 20, versículo 27). Não creu ao ver o
corpo celeste de Jesus.
Ainda depois de ter ressuscitado comeu
naturalmente peixe assado e um favo de mel (Lucas, capítulo 24, versículos
:42/43) e também falou que seu corpo era constituído de carne e osso, e
explicou que um espírito não tem carne e osso (Lucas, capítulo 24, versículo
39). São os mistérios do campo espiritual. Ele tinha nesse momento ainda o
corpo físico, morto pela cruz ou o metafísico, ressuscitado pela Glória de
Deus?
É difícil explicar como um espírito pode
se reunir a um corpo que esteve sepultado. Acredito que quando o corpo físico
morre, imediatamente nasce um corpo celeste, mas diferente, contudo, ainda
semelhante ao natural, para que reconheçamos uns aos outros, como está escrito
em 1ª Coríntios, capítulo 13, versículo 12.
Note que os discípulos reconheceram
Jesus após a sua ressurreição, mas não em todas as vezes. Ele também havia
mudado o suficiente a ponto de não conseguirem identificá-lo todo o tempo
(Lucas, capítulo 24, versículos 13/16 e 31 e João, capítulo 20, versículos 14/16).
Acredito, que como Jesus era o próprio Deus, mesmo depois de ter passado pela
morte física, ainda continuava a utilizar os dois tipos de corpos, para que
ficasse provado que não era uma alma penada, mas sim, que a Sua Palavra da
existência de vida após a morte era real e verdadeira.
Ele disse a todo o momento que o Seu
Reino não era desse mundo e sim, lá do alto. Por isso, teve a necessidade de
provar, quando ressuscitou, que era Ele mesmo e por esse motivo tinha que fazer
vê-los que o seu corpo carregava as marcas da crucificação e ao mesmo tempo, da
glória celestial. É o que se entende.
Depois de Sua morte e ressurreição,
permaneceu na terra por mais 40 dias, ensinando a palavra da salvação,
juntamente com os discípulos, até subir de vez ao céu, com o seu novo corpo
transformado (Atos, capítulo 01, do versículo 01 ao 11).
Que mistério hein? Subiu ao céu com um
novo corpo celeste e até hoje ninguém descobriu o paradeiro de Seu corpo físico
que, diga-se de passagem, foi enterrado em uma tumba e ao terceiro dia
desapareceu (Lucas, capítulo 24, versículo 3).
O que a Bíblia deixa bem claro é que
quando Jesus voltar para buscar os salvos, haverá o que se chama de
arrebatamento e nesse momento, quem estiver vivo, com o corpo material,
ascenderá aos céus e receberá, automaticamente, um corpo celestial (1ª
Coríntios, capítulo 15, versículos 51 ao 54).
Da época de Jesus para cá, será assim,
como está escrito em 1ª Coríntios, capítulo 15, versículos 51 ao 54. Os que
tiverem vivos, serão arrebatados e receberão um novo corpo, o metafísico, mas
os que já estiverem morrido salvos, ressuscitarão e receberão, de igual forma,
um corpo transcendental. É o que também está escrito em 1ª Tessalonicenses,
capítulo 4, versículos 13 ao 17.
O que aconteceu com Enoque e Elias,
ocorrerá um dia quando Jesus voltar. Se o amigo leitor duvida, não importa, por
que a sua descrença não vai mudar a realidade da verdade, já que, quando deixar
esse corpo terreno receberá um corpo metafísico, só que, com a fisionomia do
mal (Daniel, capítulo 12, versículo 2; Salmos 9, versículo 17, Apocalipse,
capítulo 20, versículos 11 ao 15).
Diante do exposto, conclui-se que, nascemos
com um corpo físico, gerado pela lei da natureza, mas como a experiência da
morte é uma realidade para todos, quando ela chegar, partiremos para o campo
espiritual e receberemos um novo corpo, o metafísico. Elias, Enoque e Jesus,
são as provas cabais e materiais da existência dos dois tipos corporais. A diferença é
que um é carnal e o outro é espiritual.
É o que tem a dizer,
Eudes
Borges