Muito se tem escrito sobre a história
dos valentes de Davi, mas poucos doutrinadores têm entrado em detalhes sobre
esses homens e a relação que tinham com o rei. Com o intuito de esclarecer
o amigo leitor, trago neste estudo, alguns fatos, de forma mais detalhada e atualizada, para
mostrar a importância da lealdade e do comprometimento do ser humano de boa
índole.
A história dos valentes de Davi está escrita
em dois Livros da Bíblia: 1ª Crônicas e
2ª Samuel. O primeiro, elenca com mais precisão a vida dos valentes e da
forma como eles serviam a Davi. Já o segundo, que foi escrito pelo Profeta
Samuel, não trás maiores detalhes de suas ações.
Pois bem. Em 1ª Crônicas, cap. 10, fala
dos últimos dias do reinado de Saul. Saul foi o primeiro rei da história de
Israel e com o passar do tempo deixou de se submeter as ordens de Deus,
desviando-se para outra religião e por conta disso foi defenestrado do trono
pelo Todo Poderoso.
Ao participar de uma guerra, suicidou-se
depois de se ver acuado, derrotado e sem saída. Matou-se com a espada de seu
escudeiro de confiança (1ª Crônicas, cap. 10, vers. 4).
Com a morte do rei de Saul, os filisteus
tomaram a cidade e habitaram nela (vers.7). Saul teve sua cabeça decapitada e
colocada sobre a imagem do deus Dagon (vers. 10). É aqui que começa a história
dos valentes.
Diz a Bíblia que ao saber da notícia da
morte e decapitação de Saul, alguns homens que faziam parte do exército,
denominados de valentes, foram atrás do corpo de Saul e o trouxeram de volta, sem
a cabeça (1ª Crônicas, cap. 10, vers. 12).
Por causa da morte de Saul, Davi foi
ungido e eleito o novo rei de Israel (1ª Crônicas, cap. 11, vers. 1/3). Davi cresceu
em poder porque Deus era com ele e seu reinado floresceu (cap. 11, vers. 9).
A partir de então, formou o seu exército
e como toda força armada precisa de líderes e comandantes de confiança, Davi
elegeu trinta homens de sua total credibilidade. Eis os nomes deles (2ª Samuel,
cap. 23. vers. 2/39):
Asael; Elanã; Sama; Elica; Heles; Ira; Abiezer;
Mebunai; Zalmom; Maarai; Helebe; Itai; Benaia; Hidai; Abi-Albom; Azmavete;
Eliaba; Jônatas; Aião; Elifelete; Eliã; Hezrai; Paarai; Igal; Bani; Zeleque;
Naarai; Ira; Garebe e Urias.
Pois bem. Depois de ter formado o seu
exército de confiança partiu para resgatar a arca da aliança, onde a colocou na
casa de Obede-Edon (1ª Crônicas, cap. 13, vers. 5/14). Durante sua vida
enfrentou várias guerras com a participação de seus valentes.
No
meio dos trinta valentes, três se destacavam, eis seus nomes:
1)
JOSEBE-BASSEBETE
Diz a Bíblia em 2ª Samuel, cap. 23,
vers. 8, que este comandante da guarda do exército de Davi era muito experiente
com sua lança e em uma determinada guerra matou oitocentos homens com essa
arma.
2)
ELEAZAR
Era o segundo na sucessão hierárquica do
exercito de Davi. Ele era mestre no manuseio da espada. Tipo um espada-man.
Diz a Bíblia em 2ª Samuel, cap. 23, ver.
9/10, que esse guerreiro lutava ao lado de Davi em uma determinada guerra
contra os filisteus e não se cansava. Naquele dia ele lutou tanto que teve uma
espécie de câimbra na mão, a ponto de mesmo cansado, não conseguiu largar a
espada. Foi o dia que Deus lhes proporcionou um grande livramento e uma vitória
extraordinária.
O
Terceiro comandante da guarda se chamava SAMA.
Ele era mestre em estratégia de guerra.
Usava a sua inteligência de combate para pegar o inimigo em armadilhas.
Diz a Bíblia que em uma determinada
guerra na cidade de Leí, o povo de Israel enfrentou os filisteus e esse
comandante se infiltrou no meio da terra e matou todos os inimigos. Naquele dia
também houve uma grande vitória. Deus foi honrado (2ª Samuel, cap. 23, vers. 11/12).
Esses
três homens eram tão leais ao rei Davi que arriscaram suas vidas em favor do
rei da seguinte forma:
Era o tempo da colheita e Davi estava na
fortaleza que ficava localizada na caverna na cidade de Adulão. Adulão estava
cercada pelos inimigos de Davi (Filisteus) e ficava vizinha a cidade de Belém.
Davi desejava possuir a cidade de Belém,
que estava cercada pelos filisteus, admirando-a de longe, ocasião em que
desejou beber a água de um poço que ficava próximo à entrada daquela cidade.
Ao ouvir Davi dizer que queria beber a
água daquele poço, os três comandantes leais e fieis citados acima partiram
imediatamente para atender o desejo do rei, arriscando as suas vidas perante os
inimigos que rodeavam a cidade de Adulão e trouxeram o líquido precioso para
ele.
Como Davi não estava com sede coisa
nenhuma, já que estava em sua fortaleza e ali havia água, ao ver que os seus
súditos cumpriram a missão, recusou bebê-la, achando-se indigno e a ofereceu ao
Todo Poderoso como oferta de libação (2ª Samuel, cap. 23, vers. 13/17).
Veja que o próprio Davi se recusou a beber
aquela água porque não necessitava dela. Ficou surpreso com a atitude daqueles
homens leais que eram compromissados com o seu comandante e rei.
Hoje dificilmente se encontra uma pessoa
com as qualidades de Josebe-Bassebete, Eleazar e Sama. Homens leais e
obedientes que arriscavam suas vidas em favor da missão que lhes era confiada.
Verdadeiros valentes que ficaram marcados e entraram para a história.
Cuida registrar, que ainda se destacaram
como valentes de Davi os guerreiros Abisai,
que também era nobre e mestre no manuseio de lança. Este homem em uma determinada
guerra matou trezentos soldados com sua arma (2ª Samuel, cap. 23, vers. 18/19);
Benaia, que também era nobre
e mestre com o cajado. Este homem era muito valente e chegou a matar um leão e
um gigante egípcio (2ª Samuel, cap. 23, vers. 20/23).
Estes são os feitos desses soldados valentes
que demonstraram coragem, força, perseverança, fidelidade, amor e honra, sendo
instrumentos de Deus para estabelecer o reinado de Davi.
O mundo está carente de pessoas com
essas qualidades. A igreja do Senhor Jesus precisa de pessoas valentes como
esses guerreiros que entraram para a história com os seus nomes escritos nos
livros dos reis de Israel e principalmente na Bíblia Sagrada.
Hoje temos visto obreiros e pastores carentes
dessa valentia, menosprezadores de seus ministérios. Não colocam força naquilo
que Deus lhes confia. Relaxos, interesseiros, covardes.
A lealdade e fidelidade mencionada nos
valentes de Davi não existe mais na atualidade, o que temos visto são ministros
medrosos que se acovardam na primeira luta e perseguição que enfrentam.
Quem dera a obra de Deus tivesse pessoas
que, a exemplo de Eleazar, não
largasse a espada (missão) que lhe foi confiada e desse a sua vida em favor de
seu chamado. E outras a exemplo de Josebe-Bessebete,
que usasse a sua lança, que é a autoridade, para ferir o diabo, mandando-o para
o seu devido lugar, que é o inferno. E para terminar, pessoas a exemplo de Sama, que fossem mestres na Palavra,
para levar a salvação aos que estão perdidos no terreno do inimigo, sem medo de
morrer.
Davi foi um homem honrado e feliz porque
convivia com pessoas de caráter ilibado, guerreiros e valentes que fizeram sua
história e são lembrados até hoje. E você? Valente ou covarde de espírito? Em
que exército você se enquadra?
Eis a história dos valentes de Davi.
Eudes
Borges