OBREIRO OFICIAL

31/12/2017

UMA BREVE RETROSPECTIVA DE 2017 E O ATO DE AGRADECER

Enfim chegamos ao término de 2017. Neste ano tivemos momentos de turbulência, é claro, mas acima de tudo, alcançamos grandes vitórias.

Deus nos livrou de muitos males; a maioria deles, nem pudemos perceber. Atravessamos o ano com saúde e finalmente concluímos mais um ciclo. Muitos sequer tiveram esse privilégio e partiram para eternidade.

Em janeiro aprendemos que Deus não fica devendo nada para ninguém e que não precisamos ficar olhando para o passado. A visão da fé é voltada para frente, em direção ao alvo (Jesus).

Fevereiro nos mostrou que não necessitamos nunca nos acomodar e nem tampouco baixar a cabeça para as adversidades e para as afrontas diárias. Agir como o apóstolo Paulo, intrépido e sem medo, para que Deus possa nos usar.

Ah, Março! Você nos fez ver a importância do esforço, como condição sine qua non para alcançarmos a salvação eterna. A salvação como primeiro plano, isso é tudo para que não possamos ser rejeitados por Deus.

Abril foi um mês de turbulência para a sociedade trabalhadora. O novo governo impôs uma série de perdas a todos nós que lutamos para desenvolver o país. A reforma trabalhista foi imposta de goela abaixo. São as adversidades da vida.

Graças a Deus que maio chegou trazendo um aprendizado. Jeremias foi nosso companheiro de fé até novembro. Aprendi muito com as mensagens do profeta, a ponto de ser renovado espiritualmente e fortalecido na fé. Não me deixei ser levado pela malícia de Jacó. Mantive minha identidade de nascimento e jamais a trocarei por nada.

Finalmente dezembro chegou mostrando que nem toda peleja que enfrentamos é nossa. Isso é muito importante já que existem pelejas que são nossas, ou seja, aquelas que provocamos de forma desnecessárias, mas tem pelejas que são de Deus, ou seja, igual a mostrada no capítulo 20 de 2ª crônicas.

Não tem macumba que possa vitimar um ungido do Senhor, os que são batizados com o Espírito Santo: “...Não há feitiçaria que tenha poder contra Jacó, nem magia alguma contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem realizado...” (Números 23:23).

Podem fazer a macumba que for; jamais te atingirá. Pelo contrário, alcançará a vida daquele que se levantar contra ti. Foi isso que Deus nos revelou durante o mês de dezembro.

Hoje, exatamente às 12h e 30min do último dia do ano de 2017, venho apresentar essa mensagem como forma de agradecimento, justamente no momento em que as pessoas estão se preparando para tão somente pedir a Deus.

Eu creio que é o momento de AGRADECER AO SENHOR por mais uma etapa da nossa vida que foi cumprida; agradecê-lo por estar vivo, por ter concluído esse ciclo.

 As festas, as comemorações, os gastos, os preparos para a grande noite da virada, são superficiais e passageiros. Em instantes estaremos ingressando no novo ano e essa deve ser a sua consciência: agradecer a Deus por mais uma conquista.

Está escrito em 2ª Pedro capítulo 3, versículo 8 “que um dia para Deus é como mil anos e mil anos como um dia”. Logo, concluímos que o calendário de Deus não é o nosso. Não se deixe levar pelos acontecimentos do mundo, creia que existe um Deus que tudo pode e que tudo vê.

Com essas breves considerações, está feita a retrospectiva de 2017, que por sua vez, está com os seus minutos contados.

Que nessa nova viagem que iremos embarcar em 2018 possamos concluí-la integralmente com saúde, fé, e, acima de tudo, com Deus em primeiro lugar.

Obrigado Senhor por mais um ano de vida. Feliz ano novo meus amigos.

20/12/2017

QUANDO A PELEJA É DE DEUS

Atualmente estamos vivendo tempos difíceis. A falta de amor, de respeito ao próximo é notória, sendo esse o fator essencial para tantas traições e enganos.

A vida não está nada fácil. E apesar de tudo, mesmo a pessoa estando dentro da igreja, sendo considerada evangélica, não está livre das tribulações.

As vezes a pessoa está passando por um momento difícil, onde o medo e a angustia são seus únicos companheiros.

Pois bem. Ontem estava lendo o capítulo 20 de 2ª Crônicas e vi algo muito forte e que me chamou a atenção. Deus falou comigo e me revelou algo, que neste momento gostaria de dividir com o amigo leitor. Trata-se do problema de Josafá.

Diz a história que Josafá estava cercado por inimigos e prestes a ter seu reinado tomado pelos povos amonitas e pelos sírios. A perda total e a morte eram inevitáveis, já que uma multidão de inimigos cercou Israel (2ª Crônicas cap. 20, vers. 1 e 2).

Ocorre que, quando a pessoa está bem com Deus, pode vir quem vier; pode se levantar quem quiser que não prevalece contra quem é de Deus.

Foi o caso de Josafá. Sabendo da emboscada armada pelos inimigos, Josafá teve medo e se pôs a buscar ao Senhor, apregoando um jejum em todo o reino de Judá (2 Crônicas 20, v3).

Todo o povo atendeu ao chamado de Josafá e na mesma fé, buscaram a resposta no altar de Deus: “...E pôs-se Josafá em pé na congregação de Judá e de Jerusalém, na casa do Senhor, diante do pátio novo. E disse: Ah! Senhor Deus de nossos pais, porventura não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos das nações? Na tua mão há força e potência, e não há quem te possa resistir. Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo? ...” (2ª Crônicas 20, v. 5-7)

A resposta de Deus veio imediatamente: “...Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Josafá; assim o Senhor vos diz: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão; pois a peleja não é vossa, mas de Deus; Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados, e vede a salvação do Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor será convosco...” (2ª Crônicas, 20, vers. 15 e 17).
                                
É aqui que quero discorrer acerca do tema. Meu amigo e minha amiga, o que está escrito no versículo 15 é muito forte. Aqui Deus deixou claro que aquela peleja era Dele e não de Josafá.

Isso nos faz crer que existem pelejas, ou seja, problemas que são nossos, mas existem problemas/pelejas que são de Deus. Foi o que aconteceu no presente caso. A vitória veio em seguida e todos os inimigos de Josafá foram derrotados. É o que se confere nos versículos 22 e 30 do mesmo capítulo.

Quando a pessoa está bem com Deus, não deve temer a nada e a ninguém, pois o Soberano é seu protetor. Toda pessoa que se levantar contra o ungido do Senhor, torna-se maldito e, por conseguinte, tem Deus como adversário.

Isso é muito importante, pois como dito, existem pelejas que são nossas, ou seja, aquelas que provocamos de forma desnecessárias, mas tem pelejas que são de Deus, ou seja, igual a essa mostrada no capítulo 20 de 2ª crônicas.

Quando você não provoca ninguém e mesmo assim é vítima de inveja, de injustiça, pode ter certeza meu amigo, essa peleja é de Deus e se você cobrar isso Dele, como o povo cobrou com Josafá, a resposta vem imediatamente.

A Palavra de Deus não muda e nem pode ser invalidada. É uma questão de fé inteligente. Se buscar e crer, tem-se a resposta, é o que está escrito na parte final do versículo 20, do mesmo capítulo 20 de 2ª Crônicas: “...Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis...”

12/12/2017

QUANDO A MACUMBA NÃO PEGA

Um dia desses estava atendendo uma pessoa na igreja e percebi o desespero da mesma, porque me dizia ela que estava sendo vítima de uma macumba (feitiçaria). Falava essa pessoa que estava na igreja há algum tempo, que era batizada nas águas e que desconfiava que sua vizinha estava fazendo macumba para ela, já que os resultados maléficos estavam começando a aparecer em sua vida.

Na mesma hora percebi que alguma coisa estava errada, posto que, é impossível a pessoa que é batizada com o Espírito Santo, que é nascida de Deus, ser vítima de obra de macumba. Tinha certeza de que ela não tinha essas características citadas acima e por isso entendi o seu desespero.

Diante disso, fui buscar uma direção na Palavra de Deus, ocasião em que li a passagem que está escrita em Números, capítulo 23, onde assegura, categoricamente, que tal fato é impossível acontecer na vida de quem tem pacto com Deus. É justamente sobre isso que irei discorrer neste presente estudo.

Pois bem. Diz a bíblia que havia um indivíduo chamado Balaque, rei de Moabe, inimigo do povo de Israel. Balaque representava, naquela época, o próprio diabo, já que usou de seu poder para tentar destruir os filhos de Deus.

Existia também um profeta velho chamado Balaão, que se perdeu no tempo e virou mercenário.

Sabendo que Balaão teria se transformado em um profeta velho, Balaque (o diabo) o procurou por diversas vezes para atentar contra os filhos de Deus. De início, Balaão negou-se a ir, mas, depois que Balaque enviou uma delegação mais honrosa de príncipes e aumentou sua oferta, o ganancioso profeta finalmente aceitou ir.

O intuito de Balaque era amaldiçoar o povo de Israel, através do profeta velho Balaão.

Ocorre que, como dito, quem é de Deus, jamais será vítima do diabo. Aquele que tem um pacto com Deus, não tem macumba que pegue, pelo contrário, a maldição proferida se torna em benção.

Pois bem. Naquela ocasião, Balaão seguiu com Balaque para o monte, com o fito de fazer a macumba combinada, quando Deus o obrigou a desfazer aquele feitiço e, por conseguinte, a abençoar o seu povo: “...Então Balaque lhe disse: Rogo-te que venhas comigo a outro lugar, de onde o verás; verás somente a última parte dele, mas a todo ele não verás; e amaldiçoa-mo dali. Assim o levou consigo ao campo de Zofim, ao cume de Pisga; e edificou sete altares, e ofereceu um novilho e um carneiro sobre cada altar...” (Números 23:13,14.

Balaão foi pago para amaldiçoar o povo, mas Deus converteu aquela maldição em benção. Ele foi obrigado a contrariar o macumbeiro Balaque, com palavras abençoadoras para o povo de Deus: “...Então proferiu a sua parábola, e disse: Levanta-te, Balaque, e ouve; inclina os teus ouvidos a mim, filho de Zipor. Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar...” (Números 23:18-20).

Isso é muito forte meu amigo e minha amiga! Deus era com aquele povo e por isso não podia permitir que aquela macumba tivesse efeito na vida deles.

É importante ainda salientar, que Deus é soberano e não leva em conta os nossos pecados do passado. Não importa o que fizemos no passado, Ele nos perdoa, se de fato nos arrependermos e nos entregarmos para Ele.

Veja que Ele não olhou para os pecados de Jacó: “...Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o Senhor seu Deus é com ele, e no meio dele se ouve a aclamação de um rei...” (Números 23:21).

Da mesma forma, Ele não olha para o nosso passado. O que Ele leva em conta é o presente, ou seja, a nossa condição atual.

Você é uma benção, não perca essa visão espiritual. Foi Ele quem nos tirou do Egito (do mundo pecaminoso) e nos deu força de um touro selvagem para lutar contra o diabo: “...Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem...” (Números 23:22).

Não fique olhando para o passado e nem com medo de macumba (feitiçaria), pois está escrito que não há macumba que pegue na vida daquele que têm compromisso com Deus, dos que são batizados com o Espírito Santo: “...Não há feitiçaria que tenha poder contra Jacó, nem magia alguma contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem realizado...” (Números 23:23).

Diante do exposto, conclui-se que quando Deus abençoa alguém, já era. Não tem mal que possa invalidar essa benção. O diabo não prevalece contra o ungido do Senhor.

O que eu falei para aquela senhora quando a atendi eu escrevo agora para o amigo leitor que tem algum receio acerca da macumbaria: macumba não pega na vida de quem tem compromisso e comunhão com Deus. Se Deus te escolheu e te ungiu, já era para o diabo.

Podem fazer a macumba que for; jamais te atingirá. Pelo contrário, alcançará a vida daquele que se levantar contra ti.

Israel foi abençoado por Deus e por isso Balaque não podia amaldiçoá-lo e nem Balaão.

06/12/2017

O QUE LEVA O SER HUMANO A SE AFASTAR DE DEUS

Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz (Deuteronômio 4, v. 30).

Tenho observado, ao longo do tempo, o comportamento dos cristãos e em minhas anotações pude verificar alguns fatores relevantes que levaram os ditos evangélicos a perderem a fé e, por conseguinte, distanciarem-se do Senhor Jesus.

Pois bem. Existem duas maneiras de a pessoa se aproximar de Deus e passar a ser um fiel seguidor da doutrina de Cristo. A primeira e a mais incomum, é a aproximação pelo amor.

São raros os casos em que a pessoa resolve por conta própria entregar sua vida para Jesus, sem querer nada em troca. Em minhas anotações, esse número de evangélicos chega a 5%.

Entram nesse percentual aquelas pessoas que nascem no meio evangélico e que quando crescem continuam, por convicção própria, no caminho da salvação.

Esse pequeno grupo de pessoas, não condicionam a aceitação da Palavra como moeda de troca. Não, simplesmente têm a convicção de que o amor de Cristo é a solução para a sua vida e por isso se entregaram unicamente por amor ao Soberano.

A segunda e a mais comum, é a aproximação pela dor.  Pois é. A maioria dos cristãos de hoje e de sempre aceitaram o Senhor Jesus como seu Salvador porque estavam ou estão passando por um problema, seja de ordem familiar, de doença, financeiro, sentimental, espiritual, etc.

A dor e o sofrimento foram os motivos cruciais para aproximá-los de Deus. Pois chegaram diante Dele com interesse no que Ele tem e não no que Ele é.

Sabedoras de que Jesus cura, liberta, prospera e salva, esse grupo majoritário de evangélicos resolvem “entregar” suas vidas para Ele, em troca da solução de seus problemas.

 Sempre foi assim. Pode observar que aonde Jesus ia pregando o evangelho da salvação, a multidão o seguia, não porque ele era bonito ou exclusivamente o salvador, mas pelo simples fato de terem conhecimento dos milagres que Ele operava nas pessoas.

A fama de Jesus ia aumentando por onde Ele passava e, por conseguinte, o número de seguidores, dentre os quais se destacavam os enfermos, os possessos de espíritos malignos, etc.

Hoje a história não mudou. Existem milhares de igrejas evangélicas e poucos seguidores da doutrina de Cristo.

Os 95% estão superlotando as igrejas, unicamente motivados pelos interesses particulares, pois sabem que Jesus opera milagres e pode mudar o sofrimento deles. Veem isso nas vidas das outras pessoas diariamente, através dos testemunhos.

Acontece que o tempo é o maior inimigo dessa maioria esmagadora de crentes. Jesus nunca esteve alheio a esse fato e por conseguinte, não é escravo e nem empregado de quem quer que seja. Por isso a maioria desse grupo não dura muito tempo, pelo simples fato de não obterem a solução de seus problemas de forma imediata, no tempo deles.

Diante da demora, a desilusão, a decepção e a impaciência fazem com que eles não permaneçam na igreja por muito tempo, levando-os ao afastamento, já que não são nascidos de Deus e não tiveram um encontro real e verdadeiro com o Senhor Jesus.

Esse grupo de evangélicos (os 95%), não estão na igreja em busca do dono da benção, estão na igreja em busca das bênçãos do dono e como elas na maioria das vezes demoram a chegar, o afastamento de Deus é a única solução.

Somente os que são nascidos da água e do Espírito, ou seja, os que tiveram um encontro com Deus permanecem e sem sombra de dúvidas, são os 5% que vieram por amor e mais 5% dos 95% que vieram pela dor, totalizando 10%.

Quem não teve um encontro com Deus e não foi batizado com o Espírito Santo, dificilmente obterá a salvação, já que não permanecerá no caminho da fé até o fim de sua vida e esse número de salvos diz respeito ao dízimo da igreja do Senhor, ou seja, somente 10% entrarão no Reino dos Céus quando partir desta vida.

Diante do exposto, conclui-se que o principal motivo que leva o ser humano a se afastar de Deus é a ausência do novo nascimento e do encontro com Ele; é fazer parte dos 95% que vieram pela dor.

E você vai vir pelo amor ou pela dor? 

02/12/2017

QUANDO SE PERDE A VISÃO ESPIRITUAL E NÃO MAIS SE VIVE PELA FÉ

É muito comum vermos nas igrejas pessoas que um dia chegaram com a vida destruída, com problemas no casamento, na saúde, na vida sentimental, familiar e financeira e com o passar do tempo, depois de serem curadas e de estarem bem financeiramente, perdem a visão da fé.

No início, quando os problemas eram constantes e a pessoa não tinha nada, usava a fé, conseguia enxergar com os olhos espirituais e fazia de tudo para ela, pelo povo e pela igreja, mas com o passar do tempo essa visão espiritual foi ficando turva a ponto de a pessoa ficar totalmente cega espiritual. Foi o que aconteceu com Hadassa, que se tornou Ester.

A bíblia mostra que Ester se chamava Hadassa e que ela era uma hebreia de nascimento: “...Havia então um homem judeu na fortaleza de Susã, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, homem benjamita, Que fora transportado de Jerusalém, com os cativos que foram levados com Jeconias, rei de Judá, o qual transportara Nabucodonosor, rei de babilônia. Este criara a Hadassa (que é Ester, filha de seu tio), porque não tinha pai nem mãe; e era jovem bela de presença e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha...” (Ester cap. 2, versículos 5 ao 7).

Ela era uma moça virgem, criada por seu tio Mordecai ou Mardoqueu, como muitos falam e vivia com o seu povo hebreu. Foi escolhida rainha, em substituição a rainha rebelde Vasti: “...E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em lugar de Vasti...” (Ester 2:17).

Pois bem. Para não se declarar judia, apresentou-se como Ester e assim foi escolhida a nova rainha. Até aqui Ester vivia de forma normal para com o seu povo e principalmente para com o seu tio e ex-curador Mardoqueu. Mas, com o passar do tempo, o poder, a riqueza e a luxúria lhes sobrevieram a cabeça, fazendo com que ela se esquecesse de onde saíra e de quem era antes.

O comportamento de Ester mudou completamente, pois não mais falava com o seu tio e ex-curador Mardoqueu e passou a mandar recados ao invés de ir pessoalmente falar com ele. Não sabia ela que a situação a partir do capítulo 3 iria mudar e a coisa iria ficar feia.

Pois bem. Como dito, ela se chamava Hadassa e havia se apresentado ao rei com o nome de Ester, logicamente que a mando do seu tio Mardoqueu, para que ninguém soubesse de sua naturalidade, já que era hebreia, povo que estava no cativeiro babilônico.

Viveu vários anos como se fosse Ester, esquecendo de sua origem hebreia, com medo de ser descoberta. Abandonou, assim, a fé original, deixando a cegueira espiritual dominar a sua vida. As riquezas do palácio lhe encheram os olhos.

Tempos depois o rei Assuero, agora marido de Ester, através de uma lei, decretou a morte de todos os judeus, sem exceção. Ora, não sabia o rei que sua mulher era uma hebreia, já que ela nunca o havia dito: “...E enviaram-se as cartas por intermédio dos correios a todas as províncias do rei, para que destruíssem, matassem, e fizessem perecer a todos os judeus, desde o jovem até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês (que é o mês de Adar), e que saqueassem os seus bens...” (Ester 3:13).

Revoltado com a inércia de Ester, Mardoqueu se dirigiu ao palácio, mesmo arriscando a sua própria vida, para falar com ela: “...Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, e vestiu-se de saco e de cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande e amargo clamor; E chegou até diante da porta do rei, porque ninguém vestido de saco podia entrar pelas portas do rei. E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em saco e em cinza...” (Ester 4:1-3).

Observe que quando Ester ficou sabendo que Mardoqueu, seu tio e ex-curador estava vestido de pano de saco em frente ao palácio, ela, ao invés de ir até ele para falar pessoalmente e se juntar ao movimento de fé, mandou suas empregadas levar roupas novas: “...Então vieram as servas de Ester, e os seus camareiros, e fizeram-na saber, do que a rainha muito se doeu; e mandou roupas para vestir a Mardoqueu, e tirar-lhe o pano de saco; porém ele não as aceitou...” (Ester 4:4).

Note que ele não aceitou as roupas novas. Não se travava de um mendigo. Ele não estava ali para pedir roupas novas. Estava vestido de pano de saco por uma causa espiritual, estava usando a sua fé, contra aquele plano diabólico, convertido em lei.

Logicamente que ela sabia o significado “do vestir o pano de saco”, já que era judia e foi criada com essas práticas religiosas, mas até este capítulo ela havia perdido a visão espiritual e, por conseguinte, se corrompido pelas riquezas e luxúrias do palácio.

Mais uma vez vemos que Ester, ao invés de ir novamente falar com Mardoqueu, mandou mais um empregado seu falar com ele, ao invés de ir pessoalmente: “...Então Ester chamou a Hatá (um dos camareiros do rei, que este tinha posto para servi-la), e deu-lhe ordem para ir a Mardoqueu, para saber que era aquilo...” (Ester 4:5). Essa foi a prova de que ela havia se esquecido do significado do luto do pano de saco. A cegueira espiritual deixa a pessoa assim mesmo.

Ela agora tinha mensageiros, ao invés de falar pessoalmente com o seu povo. Que absurdo! Ficou utilizando aquele sistema de mensagens sem fio; recados por recados. “...veio, pois, Hatá, e fez saber a Ester as palavras de Mardoqueu; Então falou Ester a Hatá, mandando-o dizer a Mardoqueu; E fizeram saber a Mardoqueu as palavras de Ester...” (Ester 4:9, 10 e 12).

Veja que absurdo. O poder lhe sobreveio a cabeça, a ponto de não mais receber um parente seu. Quantas pessoas não agem da mesma forma?

Revoltado com a atitude de Ester, Mardoqueu mandou um recado duro e decisivo para ela: “...Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines no teu íntimo que, por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus...” (Ester 4:13).

Ela pensou que o simples fato de estar no palácio iria salvar a sua vida. Mardoqueu refrescou a memória de Ester e a fez lembrar que ela também iria morrer porque igualmente era judia.

A cegueira espiritual de Ester até este momento, não a deixava enxergar o risco de morte que ela mesma também estava correndo. O decreto de morte era para todos, sem exceção.

Foi justamente a partir do versículo 15, após perceber que o decreto também iria lhe alcançar, que Ester recobrou o juízo e voltou a viver pela fé. O final dessa história é que a situação mudou e o povo hebreu não foi aniquilado, mas o intuito deste estudo é mostrar que até aqui Ester perdeu a visão espiritual e se deixou contaminar pelas riquezas do palácio.

Quero deixar registrado que Ester foi uma mulher extraordinária e foi usada por Deus para salvar o povo judeu da morte, naquela época, mas até o capítulo 4 vemos que ela havia perdido a visão espiritual, em face das riquezas do palácio e havia dado as costas para o seu povo e principalmente para o homem que a havia criado. Achava que a lei não iria lhe alcançar pelo simples fato de ser rainha.

A reflexão deste estudo é no sentido de que não devemos nos deixar envolver pelas riquezas do palácio. Deus a havia colocado ali, naquela posição, com o intuito de livrar o povo da morte, como de fato aconteceu, mas ela havia perdido essa visão e isso não invalidaria os planos de Deus. Com certeza Ele iria enviar outro para tal missão, caso ela não se arrependesse e não voltasse à sensatez.

Quantas pessoas não vivem o mesmo dilema de Ester? No passado, quando estavam na miséria, cheias de problemas, eram humildes e usavam a fé, mas agora, quando conseguiram prosperar; estando em uma posição social boa, deram as costas para a obra de Deus e para as cosais que envolvem a fé?

Pessoas nessas condições, estão cegas espiritualmente, e não conseguem perceber o risco que estão correndo.

O diabo tem um plano contra o povo de Deus e a todo tempo vai provocar situações que lhe dê condições de concretizar esse plano e Deus escolheu você para ser usado por Ele com o fito de aniquilar esse plano satânico. Se você perder essa visão espiritual e se deixar contaminar pelas riquezas do palácio, Ele vai colocar outro em teu lugar, pode acreditar.

Graças a Deus que Ester recobrou o juízo e a visão espiritual. E você; em qual situação se encontra? Cego ou saudável espiritualmente? As riquezas do palácio te contaminaram ou você ainda está vivendo pela fé? Reflita.

26/11/2017

A TROCA DE IDENTIDADE

“Atribuir-se a terceiro falsa identidade para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem”.

Hoje estava lendo a Bíblia e Deus falou comigo. Mostrou-me a história de Jacó, que com certeza explica o motivo do sofrimento de muitas pessoas que estão com as vidas destruídas, pagando um preço por causa de um erro cometido no passado.

Pois bem. A história mostra que Isaque teve dois filhos, o primeiro se chamava Esaú e o segundo Jacó. Diz ainda o manuscrito que havia uma tradição religiosa denominada “ O PASSAR DA BENÇÃO”. Era uma espécie de consagração que o filho mais velho recebia do pai. Através da imposição de mãos se transferia a benção de Deus para o referido primogênito.

Como dito, Isaque era pai de Esaú e de Jacó, respectivamente, e de acordo com a tradição religiosa, quando Isaque estivesse prestes a morrer, deveria passar a benção de Deus para o seu filho mais velho Esaú.

Ocorre que, Esaú era um cara que não dava valor as cosias espirituais professadas pelo pai. Não levava a sério e por isso, não dava valor ao direito de primogenitura.

Por sua vez, Jacó, ao contrário de Esaú, dava muito valor as promessas advindas da fé de seu pai Isaque e, percebendo que seu irmão desprezava esse direito de ser abençoado pelo pai, agiu de forma trapaceira e desonesta, com o fito de “roubar essa benção”.

Pois bem. Essa história começa a ser contada no Capítulo 27 do Livro de Gênesis: “...Quando Isaque já estava velho, e se lhe enfraqueciam os olhos, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! Ele lhe respondeu: Eis-me aqui!    Disse-lhe o pai: Eis que agora estou velho, e não sei o dia da minha morte; toma, pois, as tuas armas, a tua aljava e o teu arco; e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça; e faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; a fim de que a minha alma te abençoe, antes que morra...” (Gênesis 27, 1 ao 4).

Aqui é chegado o momento da transmissão da benção. Isaque estava cego e prestes a morrer e mandou seu filho mais velho lhe preparar uma oferta para a cerimônia da transmissão da benção.

Ocorre que, ao ouvir a conversa, a mãe de Jacó lhe orientou para que o mesmo trapaceasse seu irmão, fazendo-se passar por ele, com o fito de receber a imposição das mãos e a tão esperada benção de Deus em sua vida.

Cuida registrar, que havia uma diferença física entre os dois irmãos, mas mesmo assim, Jacó e sua mãe, aproveitando-se da cegueira do abençoador, armaram uma trapaça para que o mesmo se passasse por ele, usando pelos de animais em seu corpo.

Aconteceu aqui a troca de identidade, motivo da desgraça de Jacó: “...Disse então Rebeca a Jacó, seu filho: Eis que ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, dizendo:   Traze-me caça, e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma, e te abençoe diante do Senhor, antes da minha morte.    Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te ordeno: Vai ao rebanho, e traze-me de lá das cabras dois bons cabritos; e eu farei um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta; e levá-lo-ás a teu pai, para que o coma, a fim de te abençoar antes da sua morte. Respondeu, porém, Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é peludo, e eu sou liso. Porventura meu pai me apalpará e serei a seus olhos como enganador; assim trarei sobre mim uma maldição, e não uma bênção. Respondeu-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim caia essa maldição; somente obedece à minha voz, e vai trazer-mos. Então ele foi, tomou-os e os trouxe a sua mãe, que fez um guisado saboroso como seu pai gostava. Depois Rebeca tomou as melhores vestes de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho mais moço;  com as peles dos cabritos cobriu-lhe as mãos e a lisura do pescoço;  e pôs o guisado saboroso e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó, seu filho. E veio Jacó a seu pai, e chamou: Meu pai! E ele disse:  Eis-me aqui; quem és tu, meu filho? Respondeu Jacó a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; levanta-te, pois, senta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe. Perguntou Isaque a seu filho: Como é que tão depressa a achaste, filho meu? Respondeu ele: Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro. Então disse Isaque a Jacó: Chega-te, pois, para que eu te apalpe e veja se és meu filho Esaú mesmo, ou não. chegou-se Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou, e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú. E não o reconheceu, porquanto as suas mãos estavam peludas, como as de Esaú seu irmão; e abençoou-o. No entanto perguntou: Tu és mesmo meu filho Esaú? E ele declarou: Eu o sou. Disse-lhe então seu pai: Traze-mo, e comerei da caça de meu filho, para que a minha alma te abençoe: E Jacó lho trouxe, e ele comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu. Disse-lhe mais Isaque, seu pai: Aproxima-te agora, e beija-me, meu filho. E ele se aproximou e o beijou; e seu pai, sentindo-lhe o cheiro das vestes o abençoou, e disse: Eis que o cheiro de meu filho é como o cheiro de um campo que o Senhor abençoou. Que Deus te dê do orvalho do céu, e dos lugares férteis da terra, e abundância de trigo e de mosto; sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; sejam malditos os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem..” (Gênesis 27, vers. 6 ao 29).

Ele se passou por Esaú, com o fito de receber a benção que era de seu irmão. Trocou sua identidade e, como consequência, pagou muito caro por isso, como veremos a seguir.

Pois bem. Logo depois da trapaça, chegou o seu irmão Esaú e ficou sabendo do ocorrido, tendo recebido a seguinte informação do pai: “...Tão logo Isaque acabara de abençoar a Jacó, e este saíra da presença de seu pai, chegou da caça Esaú, seu irmão; e fez também ele um guisado saboroso e, trazendo-o a seu pai, disse-lhe: Levantate, meu pai, e come da caça de teu filho, para que a tua alma me abençoe. Perguntou-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? Respondeu ele: Eu sou teu filho, o teu primogênito, Esaú. Então estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o, e ele será bendito. Esaú, ao ouvir as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai! Respondeu Isaque: Veio teu irmão e com sutileza tomou a tua bênção. Disse Esaú: Não se chama ele com razão Jacó, visto que já por duas vezes me enganou? tirou-me o direito de primogenitura, e eis que agora me tirou a bênção. E perguntou: Não reservaste uma bênção para mim? Respondeu Isaque a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido. Que, pois, poderei eu fazer por ti, meu filho? Disse Esaú a seu pai: Porventura tens uma única bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a voz, e chorou...” (Gênesis 27, 31/38).

Chorou amargamente Esaú, prometendo matar o seu irmão Jacó, por causa da fraude cometida por ele: “...Esaú, pois, odiava a Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado, e disse consigo: Vêm chegando os dias de luto por meu pai; então hei de matar Jacó, meu irmão...” (Gênesis, 27, 41).

Aqui começou a desgraça na vida de Jacó. Com a morte de seu pai, Esaú jurou lhe matar, obrigando-o a fugir da aldeia.

Pois bem. É aqui que quero mostrar as consequências da troca de identidade. A partir desse momento, a vida de Jacó nunca mais foi a esma. Teve que viver como fugitivo. Nunca mais teve paz.

O orgulho, a prepotência e o engano eram seus companheiros, já que mentiu para o pai, com o fito de roubar a benção do seu irmão.

Tanto é que anos mais tarde, depois de sofrer perambulando pelas terras alheias, pagando o preço na vida financeira e sentimental, já que trabalhou feito escravo para se casar com sua esposa amada (Raquel), Deus resolveu lhe dar uma chance, já que o mesmo havia recebido a benção de primogenitura, ainda que de forma indevida.

No capítulo 32, Deus aparece para ele. A Bíblia mostra a ocorrência de uma luta entre Jacó e um Anjo. Ora, entende-se que esse anjo era o Próprio Deus. Jacó lutou fisicamente com esse anjo durante toda a noite e já ao amanhecer, o anjo lhe deu um golpe, que rompeu os ligamentos da coxa: “...Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele...” (Gênesis 32, 25).

Jacó sabia que aquele homem era Deus e por isso não queria deixa-lo ir embora, sem antes receber o perdão e a benção: “...Jacó, porém, respondeu: Não te deixarei ir, se me não abençoares...” (Gênesis 32, vers. 26).

Ora, o problema de Jacó era com Deus e não com o homem. Ele tinha que se resolver com Deus primeiro. Tanto é que o anjo lhe perguntou quem ele era e o mesmo respondeu: JACÓ (Gênesis 32, vers. 27).

Observe que até aqui ele se passava por Esaú, mas agora ele revelou seu nome correto. Deus sabia o nome dele, mas queria que ele falasse a verdade, já que havia mentido para o pai, com o fito de receber a benção do irmão. Ele havia trocado a identidade.

Aqui ele resolveu o problema dele com Deus e como consequência, teve o nome mudado pelo Próprio Deus: “...Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido...” (Gênesis 32, versículo 28).

Pois é meu amigo e minha amiga, quando o nosso problema é com o homem ou com o diabo, é fácil de resolver, pois temos Deus com parceiro para nos ajudar e nos dar a vitória; mas quando o nosso problema é com Deus, aí fica impossível de resolver.

Com Deus ninguém pode e somente a Sua misericórdia, associada ao arrependimento do homem, pode trazer a resposta e a solução Divina.

O problema de Jacó era contra Deus, quando ele trocou a sua identidade para obter a benção do irmão e por isso ele tinha que se resolver com o Soberano, do contrário, não iria vencer nunca.

A partir daí a sua vida mudou. Com a resolução do problema dele com Deus e com o recebimento de um novo nome, Israel, o antigo Jacó, passou a ser de fato e de verdade abençoado. Reatou sua vida com o irmão e teve dias de paz e de vitórias: “...Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram...” (Gênesis 33, v.4).

Com isso meu caro leitor, aprendemos que a troca de identidade, que é “atribuir-se a terceiro falsa identidade para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem”, traz sérios prejuízos para a vida do trapaceador. Seja você mesmo. Jamais tente enganar ninguém. Veja que Jacó teve o incentivo de sua própria mãe, mas se tivesse caráter não cometeria mencionado crime.

Somente quando se arrependeu e resolveu seu problema com Deus, teve a resposta para o seu sofrimento.

Tenho certeza que não há problemas sem causa, motivo pelo qual, deixo essa reflexão para que você veja se o motivo do teu sofrimento não é o mesmo de Jacó, a troca de identidade. Pense nisso.

18/11/2017

BREVES RELATOS SOBRE A TRAJETÓRIA DO INSTITUTO DO DIVÓRCIO NO BRASIL

Quando Deus criou o homem e a mulher (teoria da criação), ele instituiu o casamento. É o que consta no Livro de Gênesis, capítulo 2.

A partir de então, foi instituída no mundo a relação matrimonial. A orientação era para que esse relacionamento fosse indissolúvel, custe o que custar. A mulher não tinha vez e sempre deveria ser submissa ao homem, em prol desse relacionamento, ainda que falido fosse.

Mas nem tudo é eterno e, por conseguinte, haveria de surgir uma fórmula de pôr fim a esse relacionamento, quando o mesmo viesse a fracassar e a convivência a dois se tornasse incompatível. Foi aqui que surgiu o instituto da dissolução matrimonial, objeto do presente estudo.

Pois bem. O instituto do divórcio nada mais é do que o rompimento do vínculo conjugal reconhecido pela lei. Ele rompe o vínculo matrimonial, permitindo um novo casamento dos cônjuges divorciados. Põe termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso, mas não modifica os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.

Com o fito de esclarecer melhor as diretrizes do mencionado instituto, vou discorrer, de forma sucinta, o surgimento do mesmo no direito brasileiro.

Pois bem. No Brasil, vemos que a história nos mostra que foram quase dois séculos de luta pela emancipação do Brasil como Estado Democrático de Direito e pelas garantias dos direitos individuais. Como o casamento foi instituído pela lei da igreja, como vimos no antigo testamento (Gênesis, cap. 2), a luta foi intensa, com relação à igreja católica, para que houvesse uma maneira aceitável de romper com os casamentos falidos.

No Brasil Império, por exemplo, inúmeras foram as tentativas de redução do poder da Igreja em matérias do Estado e já no Brasil República, de diminuição da interferência do Estado na vida privada.

Em 1822, com a proclamação da independência e a instauração da monarquia (1822-1899), o Brasil permaneceu sob influência direta e incisiva da Igreja, em matéria de casamento. O Decreto de 03.11.1827 firmava a obrigatoriedade das disposições do Concílio de Trento e da Constituição do Arcebispado da Bahia, consolidando a jurisdição eclesiástica nas questões matrimoniais.

Já em 1861, no Brasil Império, houve a primeira flexibilização da Igreja Católica. O Decreto 1.144, de 11.09.1861 regulou o casamento entre pessoas de religião dissidente, de acordo com as prescrições da respectiva religião. A inovação foi passar para a autoridade civil a faculdade de dispensar os impedimentos e a de julgar a nulidade do casamento. No entanto, admitia-se apenas a separação pessoal.

Com a proclamação da república, em 15 de novembro de 1889, enfim, houve a separação oficial entre a Igreja e o Estado e a necessidade de regular os casamentos. Contudo, com a persistência da realização exclusiva do casamento católico, foi expedido novo Decreto, nº 521, em 26 de junho de 1890, dispondo que o casamento civil, deveria preceder as cerimônias religiosas de qualquer culto.

A partir daqui foi disciplinada a separação de corpos, sendo indicadas as causas aceitáveis: adultério; sevícia ou injúria grave; abandono voluntário do domicílio conjugal por dois anos contínuos; e mútuo consentimento dos cônjuges, se fossem casados há mais de dois anos.

No ano de 1893, o Deputado Érico Marinho apresentou no Parlamento a primeira proposição divorcista. Em 1896 e 1899, renovava-se a tentativa na Câmara e no Senado e, sete anos após, ou seja, em 1900, o deputado provincial Martinho Garcez ofereceu projeto de divórcio vincular. A proposição foi rejeitada; a influência da igreja era plena.

Finalmente, em 1901, o jurista Clóvis Beviláqua apresentou, após seis meses de trabalho, seu projeto de Código Civil. Duramente criticado pelo então senador Rui Barbosa e por vários juristas, seu projeto sofreu várias alterações até sua aprovação em 1916. É o tão conhecido código civil de 1916.

Pois bem. Tal como no direito anterior, permitia-se o término da sociedade conjugal somente por via do desquite, amigável ou judicial. É a tão conhecida separação de corpos.

A sentença do desquite apenas autorizava a separação dos cônjuges, pondo termo ao regime de bens, entretanto, permanecia o vínculo matrimonial. A enumeração taxativa das causas de desquite foi repetida: adultério, tentativa de morte, sevícia ou injúria grave e abandono voluntário do lar conjugal (art. 317). Foi mantido o desquite por mútuo consentimento (art. 318).

Trinta e três anos mais tarde a indissolubilidade do casamento tornou-se preceito constitucional na Carta Magma de 1934 e com a nova Constituição de 1937 reiterou que a família é constituída pelo casamento indissolúvel, sem se referir à sua forma. O mesmo preceito foi repetido nas constituições de 1946 e de 1967.

Ainda na vigência da Constituição de 1946, várias tentativas foram feitas no sentido da introdução do divórcio no Brasil, embora que de modo indireto. Seria acrescentada uma quinta causa de anulação do casamento por erro essencial, consistente na incompatibilidade entre os cônjuges, com prova de que, após decorridos cinco anos da decretação ou homologação do desquite, o casal não restabelecera a vida conjugal.

Mais adiante, já nos meados do ano de 1969, surgiu a Emenda Constitucional nº 1/69, outorgada pelos chefes militares, onde previa que qualquer projeto de divórcio somente seria possível com a aprovação de emenda constitucional por dois terços de senadores e de deputados.

No ano de 1975 foi apresentada outra emenda constitucional, a de nº 5, permitindo a dissolução do vínculo matrimonial após cinco anos de desquite ou sete de separação de fato. Em sessão de 8 de maio de 1975, a emenda obteve a maioria de votos, porém insuficientes para atingir o quórum exigido de dois terços. Mais uma tentativa fracassada. A igreja tradicional venceu mais essa batalha.

Finalmente, em 1977, o divórcio foi instituído oficialmente no Brasil, através da emenda constitucional número 9, regulamentada pela lei 6.515, que entrou em vigor no dia 27 de dezembro do mesmo ano. De autoria do senador Nelson Carneiro, a nova norma foi objeto de grande polêmica na época, principalmente pela influência da igreja católica sobre o Estado. A inovação permitia extinguir por inteiro os vínculos de um casamento e autorizava que a pessoa casasse novamente com outra pessoa.

Pois bem. Como vimos, até o ano de 1977, quem casava, permanecia com o vínculo jurídico para o resto da vida. Caso a convivência fosse insuportável, poderia ser pedido o desquite, que interrompia com os deveres conjugais e terminava com a sociedade conjugal; os bens eram partilhados e acabava a convivência sob mesmo teto, mas nenhum dos dois poderia recomeçar sua vida ao lado de outra pessoa cercado da proteção jurídica do casamento. Nessa ocasião o regime de comunhão de bens era total.

Até aqui a sociedade brasileira obteve um grande avanço, mas ainda não era o que se pretendia, porque a mencionada lei do divórcio, concedeu a possibilidade de um novo casamento, mas somente por uma vez.

O desquite passou a ser chamado de separação e permanecia como um estágio intermediário até a obtenção do divórcio. Foi com a Constituição de 1988 que passou a ser permitido divorciar e recasar quantas vezes fosse preciso, conforme discorremos nas linhas a seguir.

Inicialmente, a Constituição de 1988, em seu artigo 226, estabelecia que o casamento civil poderia ser dissolvido pelo divórcio, mas desde que cumprida a separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.

 Merece destaque especial, o § 3º da Constituição e seu regulamento no Código Civil de 2002, que reconheceu outras formas de constituição familiar, além da via do casamento, incluindo o reconhecimento de uniões estáveis (o que não é objeto do presente estudo).

Ocorre que, uma alteração legislativa precisava ser feita, ocasião em que entrou em vigor a Lei 7.841, que revogou o art. 38 da Lei do Divórcio, eliminando a restrição à possibilidade de divórcios sucessivos. Agora não havia restrição a dissolução matrimonial e nem limitação a possibilidade de se casar quantas vezes fossem necessárias para se obter a felicidade.

A sociedade evoluiu e o direito não poderia ficar para trás, até que no ano de 2007 entrou em vigor a Lei 11.441/2007, onde estabeleceu que o divórcio e a separação consensuais podem ser requeridos por via administrativa. É conhecido como divorcio extrajudicial, onde se dispensa a necessidade de ação judicial, bastando que as partes compareçam assistidas por um advogado, a um cartório de notas e apresentar o pedido. Exceto quando o casal possuir filhos menores de idade ou incapazes e desde que não haja litígio.

Finalmente em 2010 foi promulgada a PEC do Divórcio, modificando, totalmente, o § 6º do art. 226 da Constituição Federal. A partir dessa modificação constitucional, o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, sendo suprimido o requisito de prévia separação judicial por mais de um ano ou de comprovada separação de fato por mais de dois anos. Aprovado, finalmente, o divórcio direto no Brasil.

Diante do exposto, é de observar, que a trajetória do instituto do divórcio no Brasil tramitou de forma lenta e com muito trabalho, já que a igreja tradicional sempre teve muita influência no parlamento e no campo judicial brasileiro, mesmo após a proclamação da república, quando houve a separação entre a igreja e o estado e a necessidade de regular os casamentos.

O direito deve caminhar com a sociedade. Aonde há sociedade, ali deve estar o direito para regular os conflitos interpessoais. Por isso, os nubentes não poderiam ficar reféns de um matrimônio falido, em nome da preservação da família.

Logicamente que haveria de se legalizar a dissolução conjugal, para que ambos os nubentes pudessem seguir tocando suas vidas, em busca da felicidade, tendo a possibilidade de constituir novo matrimônio, já que vivemos em um estado democrático de direito, sendo dever do Estado garantir o respeito das liberdades civis, dos direitos humanos e as liberdades fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica.

É o que se tem a discorrer sobre a matéria