Dissertação acerca do Livro de
Eclesiastes
(estudo feito por Eudes Borges em 18 de agosto de 2012)
Instado por um
amigo a falar sobre a mensagem escrita em Eclesiastes capítulo 2, versículo 17,
trago à baila uma pequena dissertação acerca do tema, com o fito de esclarecer
biblicamente, de forma sucinta, a interpretação do referido dispositivo.
Antes de tudo,
quero deixar claro, que comer do bom e do melhor; ter uma vida próspera e
abençoada, não tem nenhum pecado nisso, pelo contrário, é dever de toda a pessoa
que se diz filha ou filho de Deus, fazer de tudo para tomar posse dessa herança
deixada em prol dos que realmente são fieis.
Jesus veio ao
mundo para que tenhamos uma vida abençoada em todos os sentidos e não uma vida
de miséria e de derrota (João Cap. 10, versículo 10).
Pois bem.
Há uma
discussão teórica acerca da autoria do livro de Eclesiastes, uma vez que a
bíblia não identifica diretamente com clareza o nome do verdadeiro autor. Parte
dos teólogos dizem que foi outra pessoa que escreveu o livro, logo após a morte
de Salomão, possivelmente alguns anos mais tarde.
Já a maioria
atribui a autoria à Salomão, já na sua velhice. Eu me filio a essa parte da
teologia que atribui à Salmão, uma vez que o versículo 1, do Capítulo 1 diz
claramente: “Palavra do Pregador, filho
de Davi, rei de Jerusalém”.
Assim, com
relação à autoria do livro, não tenho dúvidas, foi Salomão, haja vista ser ele
o filho de Davi, até porque o reinado de Salomão como rei de Israel durou cerca
de 970 AC, até mais ou menos 930
AC . Pois é. De acordo com minha pesquisa, o livro de
Eclesiastes foi provavelmente escrito no final do seu reinado, em
aproximadamente 935 AC .
Como se
percebe, ao ler o livro de eclesiastes todo, logo vemos que a intenção de
Salomão (que se intitula como o pregador ou o sábio), revela a depressão que
inevitavelmente é fruto da procura da felicidade em coisas mundanas.
O livro todo
fala acerca da vaidade e por isso percebemos, que apesar de ser uma pessoa
sábia, rica e abençoada, Salomão nessa época, estava tentando encontrar sentido
em coisas humanas e temporárias.
Analisando
todo o livro, e é isso que devemos fazer, para não incorrer no erro de ficarmos
adstrito em um único versículo, percebo que quase todas as formas de prazer
mundano são exploradas pelo pregador e ele deixa claro que nenhuma delas lhe deu
sentido algum, tornando-se, aos seus olhos, em vaidade.
Ele passa a
convicção de que a vida é breve e no fim das contas, é inútil viver sem Deus.
Salomão aconselha todos nós a nos concentrarmos nas coisas de Deus, em vez de
buscarmos prazer temporário.
Como dito
acima, observe que a palavra vaidade aparece dezenas de vezes no referido livro
e é usada para enfatizar a natureza temporária das coisas mundanas que as
pessoas buscam como único objetivo de suas vidas. Como sabemos no fim das
contas (da vida), mesmo as conquistas humanas mais impressionantes serão
deixadas para trás, pois não iremos levá-las no caixão.
Veja também
que a expressão debaixo do sol aparece 28 vezes e tenho certeza que se refere
ao mundo mortal (aqui da terra).
Por isso,
quando o pregador se refere a todas as coisas debaixo do sol, ele está falando
de coisas terrenas, temporárias e humanas, ou seja, passageiras.
Observe que do
capítulo 8 ao 12, Salomão descreveu as sugestões e comentários sobre como a
vida deve ser vivida. Ele chega à conclusão de que, sem Deus, não há nenhuma
verdade ou sentido à vida.
Até porque ele
já tinha visto muitos males e percebido que mesmo as melhores realizações do
homem não valem nada a longo prazo.
Desse modo,
ele nos aconselha a conhecer a Deus desde a juventude, porque o jovem há de
prestar contas com Deus (cap. 12, vers.01) e seguir a Sua vontade (cap. 12,
vers. 13 e 14). Isso é dever de todos.
Assim sendo,
cada decepção e vaidade descrita no livro de Eclesiastes e vivida por Salomão,
sabemos que a solução é Jesus Cristo, que é a sabedoria de Deus e no único
verdadeiro significado a ser encontrado na vida (a salvação eterna).
É uma pena que
muitos não prestam atenção nisso e simplesmente desprezam as coisas divinas
(advindas do reino dos céus) e se apegam apenas nas coisas da terra, tornando-se
vaidade passageira.
A mensagem
descrita no livro de Eclesiastes oferece a todos nós que se dizemos cristãos,
uma oportunidade de compreender o vazio e o desespero com os quais aqueles que
não conhecem a Deus têm que lidar.
Na verdade,
entendo que aqueles que não têm uma fé salvadora em Cristo se deparam com uma
vida que no fim das contas vai acabar e tornar-se irrelevante. Se não há
salvação e não há Deus, então não existe nenhum sentido, propósito ou direção
para a vida. O mundo debaixo do sol, longe de Deus, é frustrante, cruel,
injusto, breve e total vaidade, como descreveu Salomão.
Na verdade
vimos que Salomão curtiu a vida comendo e bebendo do bom e do melhor, e mesmo
assim descobriu que tudo era vaidade, uma distração temporária que sem Deus,
não tinha nenhum propósito, sentido ou longevidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do
exposto, e respondendo a resposta do amigo, concluo que não existe pecado algum
em a pessoa labutar em favor de uma vida próspera e abençoada, porque é
obrigação de todo fiel seguidor da doutrina de cristo, glorificar o nome Dele
com bons testemunhos.
Duvido que uma
pessoa que viva na miséria tenha paz e glorifique a Deus com essa amarração,
duvido! Deus é dono de todo o ouro e de toda a prata, foi Ele quem criou o céus
e toda a terra. A terra está cheia das riquezas de Deus e Ele nos enviou para
conquistá-la.
Agora o que
não pode é a pessoa colocar o seu coração nas coisas terrenas, fazendo da
riqueza e da prosperidade o seu sentido de vida, porque se assim for, vaidade,
vaidade e vaidade será, pois o pouco tempo que ela passar aqui na terra, não
terá serventia alguma e ela não conquistará a principal riqueza que existe, que
é a SALVAÇÃO ETERNA, que está única e exclusivamente em Cristo Jesus.
O pregador que
escreveu o livro de Eclesiastes queria dizer isso meu amigo: a vida é
passageira. Nada daqui se leva a não ser o teu conhecimento, o teu intelecto.
As coisas terrenas são da terra e só servem para nos dar prazer momentâneo e
temporário, enquanto aqui estivermos.
Não é vã a
nossa busca pelas coisas boas que estão aí esperando serem conquistadas, até
porque se formos olhar por esse lado, o simples fato de comer (se alimentar),
já seria uma cosia vã, porque comemos agora, colocamo-la pra fora por lugares
escusos, mas logo em seguida o corpo pede mais alimentação para se sustentar.
Assim é a vida.
O prazer ofertado pelas coisas terrenas dá gozo à carne, ao corpo, mas de
maneira alguma satisfazem os desejos do espírito, por isso ele disse que tudo
não passa de vaidade, mas acredito que é nosso objetivo buscarmos essas coisas
virtuosas que Deus deixou para conquistarmos, mesmo sabendo que são passageiras
e que não passam de vaidade, porque se assim não for, a vida perde o sentido e
tudo se tornará em monotonia. O que não podemos fazer é colocar as coisas da
terra em primeiro lugar, mas sim o reino de Deus, para que não venhamos perder
a salvação em troca dessa vaidade passageira.
Vaidade,
vaidade e vaidade, tudo realmente não passa de vaidade, mas o comer do bom e do
melhor, desfrutar das bênçãos deixadas por Deus, logicamente que é muito bom.
Faça a sua
história, viva e deixe a sua contribuição para a humanidade. Pois isto também é
vaidade.
É o que tem a dizer,
Eudes Borges
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