sábado, 16 de setembro de 2017

ESTUDO DO LIVRO DO PROFETA JEREMIAS - CAPÍTULO 35

O Teste de Deus.

Passando por este capítulo, percebe-se uma coisa inusitada.  Deus dá uma ordem para que um determinado grupo religioso beba vinho: “...Vai à casa dos recabitas, e fala com eles, e leva-os à casa do Senhor, a uma das câmaras e dá-lhes vinho a beber...” (versículo 2).

Ora, a princípio quando lemos esse versículo, de cara ficamos sem entender o porquê de beber vinho. Contudo, ao debruçar sobre os demais versículos, logo vemos a resposta para esse meu questionamento humano.

Pois bem. A ordem foi dada a Jeremias para que se dirigisse à casa dos recabitas, que nada mais eram do que uma ordem religiosa nômade fundada por Jonadabe, filho de Recabe, durante o século IX, antes de Cristo e que não moravam em casas (versículos 9 e 10).

Assim foi feito. Jeremias os conduziu até o templo com o fito de que todos bebessem vinho. Ocorre que os recabitas não usavam qualquer produto da videira, ou seja, por tradição e obediência a Jonadabe, nunca haviam tomado vinho. A recusa foi imediata: “…Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos...” (versículo 6).

Vejam em que situação eles se meteram. Tiveram sua fé provada. Obedecer ou não à voz do profeta, em detrimento de sua convicção religiosa?

Não hesitaram e provaram que eram fiéis no cumprimento de uma palavra. Não estavam desobedecendo a ordem de Deus, pelo contrário, estavam mostrando fidelidade na execução de sua fé.

Note que eles explicaram que estavam em Jerusalém por ocasião do “destino”, ou seja, em face do medo dos exércitos dos caldeus e dos sírios: “...Sucedeu, porém, que, subindo Nabucodonosor, rei de babilônia, a esta terra, dissemos: Vinde, e vamo-nos a Jerusalém, por causa do exército dos caldeus, e por causa do exército dos sírios; e assim ficamos em Jerusalém...” (versículo11).

Eles não eram habitantes de Jerusalém por natureza. Estavam naquela cidade, mas mantinham a fidelidade religiosa. Isso foi o suficiente para agradar a Deus, que por sua vez, os preservou em sua presença diária. Foram privilegiados e recompensados por causa da fidelidade: “...E à casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus mandamentos, e fizestes conforme tudo quanto vos ordenou, Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe, filho de Recabe, que esteja na minha presença todos os dias...” (versículos 18 e 19).

Veja o quão interessante é esta passagem bíblica contida neste capítulo 35. Não se trata de beber ou não vinho, como havíamos pensado inicialmente. Aqui se trata de fidelidade. Não de corrupção material e espiritual.

Aquela recusa ao vinho não foi em vão. Eles foram recompensados e privilegiados, por meio da fé. Enquanto que os que eram filhos naturais e herdeiros correspondentes de Deus, perderam a benção, porque eram desobedientes ao Soberano: “...Por isso assim diz o Senhor Deus dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá, e sobre todos os moradores de Jerusalém, todo o mal que falei contra eles; pois lhes tenho falado, e não ouviram; e clamei a eles, e não responderam...” (versículo 17).

Por isso meu amigo e minha amiga, não se corrompa espiritualmente. Mantenha a sua fé íntegra na Palavra de Deus. Seja um cristão autêntico e verdadeiro. Não haja como muitos teólogos fariseus, pastores e obreiros que não passam de sepulcros caiados.


Viva a fé genuína na Palavra de Deus. Seja um recabita.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

ESTUDO DO LIVRO DO PROFETA JEREMIAS - CAPÍTULO 34

Quando Deus anuncia a perda das bênçãos na vida do ser humano.

Ao meditar nesse capítulo, um temor me sobreveio. Aqui eu pude enxergar e perceber o poder da recusa de Deus na vida do ser humano. Foi o que aconteceu com Zedequias.

Rei de Judá, detentor de poder, ostentação e riquezas. Homem poderoso até receber a notícia de que iria perder tudo que havia conquistado, inclusive que iria ser preso pelo exército de Nabucodonosor.

Pois bem. A Palavra de Deus veio a Jeremias, no momento em que a cidade de Judá estava totalmente sitiada pelos exércitos da colisão babilônica. Não havia saída para Zedequias, a não ser se entregar e ser tratado como preso político.

Deus havia anunciado, por meio de Jeremias, que apesar de tudo, Zedequias teria uma morte limpa, ou seja, sem violência: “...Não morrerás à espada. Em paz morrerás, e conforme as queimas para teus pais, os reis precedentes, que foram antes de ti, assim queimarão para ti, e prantear-te-ão, dizendo: Ah, Senhor! Pois eu disse a palavra, diz o Senhor...” (versículos 4 e 5).

Imagine só: O homem era detentor de poder, tinha riquezas e era respeitado. De repente vê o mundo desabando aos seus pés e sua autoridade ser jogada no lixo. Isso é muito forte meu amigo e minha amiga. Serve para mais uma vez aprendermos que não somos nada, apesar de muita gente pensar que é alguma coisa.

Quando Deus derruba, não há quem levante. Zedequias era arrogante e, por conseguinte, desobediente à Palavra de Deus. O Soberano havia dado uma ordem para que ele desse carta de alforria a todos os hebreus. A ordem era para que não houvesse nenhum escravo entre eles: “...A palavra que do Senhor veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez aliança com todo o povo que havia em Jerusalém, para lhes apregoar a liberdade; Que cada um despedisse livre o seu servo, e cada um a sua serva, hebreu ou hebréia; de maneira que ninguém se fizesse servir deles, sendo judeus, seus irmãos. E obedeceram todos os príncipes, e todo o povo que havia entrado na aliança, que cada um despedisse livre o seu servo, e cada um a sua serva, de maneira que não se fizessem mais servir deles; obedeceram, pois, e os soltaram...” (versículos 8 ao 10).

Assim foi feito. Mas não demorou muito para que Zedequias revogasse esse decreto, fazendo com que a escravidão retornasse àquele povo: “...Mas depois se arrependeram, e fizeram voltar os servos e as servas que haviam libertado, e os sujeitaram por servos e por servas...” (versículo 11).

Um homem revogando o Decreto de Deus, pode? Jamais! Assim era Zedequias. Por causa dessa atitude e de outras, pagou um preço alto. Foi capturado pelo exército inimigo e conduzido até a presença de Nabucodonosor.

Posteriormente foi sentenciado a ver seus filhos morrerem em sua frente, e depois teve seus olhos arrancados e foi levado acorrentado à Babilônia, onde permaneceu preso até sua morte, conforme Deus havia anunciado nos versículos 17 ao 21.

Veja a queda de domínio e de poder de um homem importante. Rei, rico e poderoso. De repente ficou prisioneiro, cego, pobre, fraco e arruinado. Sua morte foi lenta e dramática, já que permaneceu preso até o fim de sua vida.

Imagine como deve ser a vida de quem está encarcerado; não deve ser nada boa, ainda mais se tratando de um preso político.

Diante do exposto, coloquemos nossas “barbas de molho”, para não incorrermos no mesmo erro de Zedequias. Devemos estar atentos, já que a vida é passageira. Nada que existe nessa terra é nosso, somos apenas posseiros e nada mais.

Não devemos jamais achar que somos alguma coisa, pelo contrário, temos que ter a convicção de que estamos aqui nesse mundo de passagem e quando morrermos não iremos levar nada.

Se você é uma pessoa que tem poder, riquezas e fama, não faça desses adjetivos o seu deus. Lembre-se que Deus rejeita os soberbos, assim como rejeitou a Zedequias. E se Ele decretar perda total na tua vida, não haverá outro ser que possa revogar tal decreto. Muito cuidado!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

ESTUDO DO LIVRO DO PROFETA JEREMIAS - CAPÍTULO 33

Uma atenção especial consta nesse trigésimo terceiro capítulo. E reside no versículo 12: “...Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda neste lugar, que está deserto, sem homem nem animal, e em todas as suas cidades, haverá uma morada de pastores, que façam repousar aos seus rebanhos...”

Talvez o amigo já tenha lido várias vezes este capítulo e não tenha ainda atentado para a particularidade deste versículo.

Aqui o Senhor assegura mudança total e plena da situação nefasta que o homem esteja vivendo, para uma situação plenamente favorável.

É certo e verdadeiro que o cristão passará por seu deserto. Assim como Cristo passou pelo deserto, todos nós um dia iremos passar por ele. Situações nefastas, dificuldades, enfim, dias de aflições todo mundo um dia vai passar.

Mas a garantia que temos, que nos assegura uma saída radical e real dos dias maus, está neste versículo. Deus garante que no mesmo lugar que estamos vivendo, ou seja, não precisa mudar de cidade, estado ou país, a situação vai mudar para melhor. Ele vai transformar essa terra inabitável e deserta, em uma terra habitável e deleitosa, onde possa repousar os seus rebanhos, que somos nós.

O interessante é que o versículo primeiro diz que essa Palavra veio à Jeremias quando ele se encontrava encarcerado no pátio da guarda, ou seja, quando o mundo desabou na cabeça do profeta. “...E veio a palavra do SENHOR a Jeremias, segunda vez, estando ele ainda encarcerado no pátio da guarda...”.

Ali se iniciava o deserto na vida de Jeremias. O encarceramento era a porta de entrada do seu deserto. Deserto esse que se estendeu por vários capítulos, conforme iremos meditar mais adiante.

Mas quando a pessoa é verdadeiramente de Deus ela não se deixa abater pelas dificuldades, pelo contrário, tem a convicção que a resposta vem do altar, mediante o uso da fé.