sexta-feira, 22 de julho de 2016

O MEDO DE JOSUÉ



O MEDO DE JOSUÉ
(22/07/2016)

Medo: Sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça; susto, pavor, temor, terror. (fonte: Dicionário Aurélio)


Antes da morte de Moisés, Deus havia escolhido o guerreiro Josué para sucedê-lo após o seu falecimento (Números 27, v. 18 ao 23). Essa passagem bíblica deixa claro que Josué foi apresentado ao povo como sucessor de Moisés e eles haviam aceitado.

 Moisés havia ouvido de Deus que não iria entrar na terra prometida e que em pouco tempo partiria para o Seu Reino.

Passou-se o tempo e Moisés subiu ao Monte Nebo para ser recolhido aos céus. Não se sabe ao certo se ele morreu ali ou se foi arrebatado, mas o que se compreende é que ele sumiu naquele monte santo.

O povo estava atônito com o sumiço de Moisés e não acreditava que ele havia morrido. Moisés subiu ao monte e simplesmente desapareceu e nunca mais foi visto.

 Por causa disso, o povo de Israel estava incontrolável, nervoso, com a ausência de Moisés e com a falta de informação sobre seu paradeiro.

Pois bem. Com o sumiço de Moisés, quem deveria assumir a liderança do povo? JOSUÉ, já que havia sido escolhido como seu sucessor. Mas o guerreiro José teve medo de iniciar a liderança e isso lhe custou caro.

A rebeldia era notória entre os líderes das doze tribos que, persuadidos por Acan, não queriam se submeter ao comando de Josué.

Então, os complexos inferiores e o medo de enfrentar a rebeldia dos líderes das tribos lhe faziam ficar inerte. Um homem sem voz ativa e sem poder de comando. Este era Josué após o falecimento de Moisés.

O tempo passava e nada de Josué mostrar liderança e capacidade. Foi aí que Deus lhe apareceu e lhe chamou à responsabilidade para que iniciasse logo a liderança que lhe foi confiada. (Josué cap. 01, v. 1/03).

A partir de então, o novo líder tinha de assumir imediatamente essa condição e levar adiante a missão de guiar o povo à conquista da terra prometida (Jericó).

Só que, Josué era um homem cheio de complexos e de incertezas. O medo era seu companheiro. Um homem de Deus, íntegro, reto, temente ao Altíssimo, mas cheio de medos interiores. Josué não acreditava em si mesmo e na sua condição.

Apesar de Deus o ter escolhido e lhe dado a missão de suceder a Moisés, não acreditava que iria lograr êxito.

Ele sabia o quão inconstante os filhos de Israel eram. Ele tinha visto eles amarem e reverenciarem Moisés quando tudo estava indo bem. Mas, ele também os tinha visto tornarem-se rebeldes quando as coisas iam mal. Pois é. Teve que lidar com o medo da rejeição daqueles que ele amava tanto.

O medo final que Josué enfrentou foi o medo do inimigo. Ele tinha ido à terra prometida como espia. Ele e Calebe tinham voltado e dito a Moisés: "Sem problemas. Claro que há gigantes na terra, mas eles não são páreo para o nosso Deus". Foi fácil falar isso quando Moisés estava na liderança. Mas, agora Josué era o líder e ele tinha que fazer ou desistir.

Mas uma coisa me chamou à atenção: Deus o abençoou de tal maneira que chegou a ponto de dizer Ninguém conseguirá resistir a você todos os dias da sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (cap. 01, ver. 05).

Isso é muito forte meu amigo e minha amiga.  O Próprio Deus apareceu para Josué lhe assegurando que ele seria o cara. Mas mesmo assim a missão que ele tinha pela frente não era nada fácil: conquistar a poderosa cidade de Jericó e isso era mais forte em sua mente, o que lhe traziam as dúvidas.

Por causa disso, Deus foi obrigado a “puxar a sua orelha” e mandou ele deixar de ser fraco e medroso (cap. 01, v. 6, 7 e 9): “...Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois, o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar...”.

Essa era a ordem de Deus para Josué acabar com os seus medos: sê forte e corajoso.

Esse era o ponto final que faltava para que Josué vencesse os seus medos, assumisse a condição de líder e realmente levasse o povo à conquista da terra prometida.

O medo foi vencido pela Palavra de Deus. Pela certeza de que Suas promessas iriam se cumprir em sua vida. Aleluia! Não há nada como as promessas de Deus para nos capacitar a enfrentar nossos medos e desafios.

A obediência à Palavra de Deus lança fora o medo, traz a certeza da vitória e a convicção de que nada e ninguém pode nos deter.

Se Deus te escolheu como líder, não temas, vença o medo e parta pra cima do diabo.

É o que tem a dizer,

Eudes Borges

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O MENSAGEIRO DO DIABO - VOCÊ ESTÁ SENDO VÍTIMA DELE?



Existem pessoas que nasceram para serem mensageiras do diabo. Pessoas com essa índole ficam felizes com a desgraça alheia e por isso têm prazer em trazer notícias ruins. Com certeza o amigo leitor deve conhecer um cidadão com essas características macabras.

Principalmente quando as coisas não vão  bem, quando se está vivendo uma fase ruim da vida onde tudo dá errado, sempre nos deparamos com sujeitos dessa qualidade. Não importa se você é uma pessoa boa, um crente, um espírita, um católico, etc. Não tem jeito você irá conviver com um ser dessa natureza, é bíblico.

Pois bem. Relata a Bíblia Sagrada, no antigo testamento, que existia um homem íntegro, fiel, temente a Deus e que se desviava das coisas erradas. Esse homem era podre de rico e tinha uma família abençoada, mas em determinado momento, provou do amargo da vida e perdeu tudo o que tinha. Esse homem se chamava Jó.

Jó era invejado por todos, em face de sua vida próspera, mas infelizmente teve o desprazer de conviver com mensageiros do diabo.

Certo dia, quando os filhos e as filhas de Jó estavam numa festa, na casa do irmão mais velho, um mensageiro veio dizer a Jó que haviam matado os empregados e roubado todo os bois e as jumentas que ele criava e que só ele havia escapado para trazer a má notícia (Jó, cap. 01, vers. 13/14).

Observe que a Palavra de Deus diz claramente que vieram os ladrões e cometeram o crime de latrocínio contra os empregados de Jó e que somente um deles escapou com a finalidade de levar a notícia de desgraça. Esse foi o primeiro mensageiro do diabo que apareceu na vida do homem de Deus.

E a desgraça não parou por aqui não. Narra ainda a Bíblia que enquanto aquele homem ainda estava falando, chegou outro mensageiro de satanás  avisando que  um grande incêndio havia matado as ovelhas e os empregados de Jó e que mais uma vez, ele havia sido o único que tinha escapado para contar aquela desgraça (cap. 01, versículo 16). Foi o segundo mensageiro do diabo que ele conheceu.

Veja meu amigo e minha amiga. Tem gente que é tão azarado que não tem tempo nem de se livrar de uma desgraça para que outra ocorra. Só vive acometido de coisas ruins. É notícia ruim atrás da outra. A convivência com o mensageiro do diabo é comum.

Jó era um homem abençoado,  mas quando a desgraça lhe sobreveio à vida foi uma atrás da outra. Não teve tempo nem de respirar. Será que existem pessoas assim? credito que sim.

O azar era tão grande na vida de Jó que os problemas não pararam por aí não. Outro mensageiro do diabo lhe apareceu em seguida para lhe dizer que um grupo de assassinos havia invadido a sua fazenda e praticado mais um crime de latrocínio, roubando sua criação de camelos e que somente esse empregado havia escapado para anunciar mais essa tragédia (cap. 01, ver. 17). Este foi o terceiro mensageiro do diabo que apareceu na vida de Jó.

Foram tantos os problemas que não dava nem tempo Jó respirar direito. O diabo usou com precisão seus mensageiros para tirar a paz do homem de Deus.

Pra piorar ainda mais a situação, enquanto este último homem ainda estava falando, chegou ainda outro mensageiro e disse: "Amado Jó, seus filhos e suas filhas estavam num banquete, comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho, quando de repente, um vento forte derrubou a casa, soterrando e matando a todos e eu fui o único que escapou para lhe contar"! (cap. 01, vers. 18 e 19). Esse foi o quarto mensageiro do diabo na vida do homem de Deus.

Veja que até então Jó havia perdido todo o seu patrimônio material, mas nessa última notícia macabra, acabou de perder sua família. Quantas desgraças sucessivas não? O homem mais rico daquela época, mas bem sucedido, de uma hora pra outra ficou pobre e sem os filhos. Tudo por causa de uma inveja satânica. A vida de Jó despertava raiva nos outros e isso incendiava o furor em seus adversários. Veja que em todos os episódios o diabo sempre deixava um escapar para levar a mensagem de derrota para Jó.

O mesmo acontece hoje em dia. Quantas são as pessoas que uma hora estavam bem, tinham de tudo e de um momento para o outro só têm recebido notícias ruins? Estão perdendo tudo o que possuíam a ponto de não estarem mais suportando tamanha aflição? É o que chamo de vitimologia[1] dos mensageiros do diabo.

Muitos que leem essa passagem bíblica de Jó, entendem como uma injustiça permitida pelo Divino, já que o próprio texto sagrado revela que Jó era um homem de Deus e que não vivia no pecado, pelo contrário, ele sacrificava em favor dos filhos e de toda a sua família e por isso jamais poderia ser vítima dos mensageiros de satanás.

O que tenho extraído é que não importa quem você seja; não importa a condição financeira, racial, étnica, religiosa ou intelectual. Ninguém está livre de conviver com esse maldito mensageiro do diabo. A sua vida sempre vai despertar inveja no preguiçoso e na pessoa de índole reprovável. Não tem como evitar. O que importa é que se você estiver firme com Deus, com certeza irá sobressair sobre todos os problemas trazidos por esses mensageiros, assim como Jó.

Ele teve um final feliz porque apesar de tudo jamais abandonou a confiança em Deus e isso lhe foi imputado por justiça (capítulo 42, versículos 10 ao 17).

É o que tem a dizer,

Eudes Borges  


[1] Ramo da criminologia que estuda a personalidade das vítimas de crimes ou delitos e seu estatuto psicossocial, além dos efeitos psicológicos nelas provocados pelo crime de que foram alvo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

PRINCÍPIO PRO HOMINE

Pouco se tem falado sobre esse assunto e é por isso que apresento ao amigo leitor um pequeno estudo sobre o Princípio pro homine.

Ocorre quando o direito interno brasileiro conflita com a regra de direito internacional, ou seja, contra uma convenção ou  um tratado internacional.

O Princípio pro homine resolve pra nós esse problema, dizendo o seguinte: "quando houver esse conflito, aplique a norma mais favorável". Quando se tratam então de normas que asseguram o direito, vale a norma que mais amplie o direito do homem.

Quando estivermos diante de restrições ao gozo do direito, deve prevalecer o sentido de que faz menos restrições e que mantenha a maior amplitude do exercício do direito. Isto é o Princípio pro homine (aplique a regra mais favorável).

Pois bem. Quando o conflito do direito interno conflitar com a norma internacional, não importando a hierarquia, se é a própria constituição ou uma lei infraconstitucional, aplicar-se-à o Princípio pro homine (a norma mais favorável).

O próprio Supremo Tribunal Federal disse isso quando acabou com a prisão civil do depositário infiel. Pois é. o Supremo enfrentou o conflito entre a norma brasileira da constituição e uma norma da convenção americana de direitos humanos. Ali a suprema corte disse que vale a norma mais favorável aos direitos.

Qual é a norma mais favorável? A que proíbe prisão civil de depositário infiel. Foi assim que ficou decidido (Súmula vinculante 25).

A própria Constituição brasileira no artigo 5º, § 2º, possibilita aplicar todos os direitos previstos nos tratados internacionais, portanto, é vontade do legislador brasileiro que se apliquem as normas de direitos internacionais.

É aí então que temos legitimidade das normas internacionais. E o Supremo fez isso ao dizer que não cabe mais prisão civil brasileira ao depositário infiel.

Porque? porque a convenção americana proíbe. Pois é. Se fosse só pela constituição brasileira, como era antes, seria possível prisão ao depositário infiel, mas aplicando a norma internacional não é mais possível ter esse tipo de prisão civil. Só cabe prisão civil ao devedor de alimentos. É o que ficou determinado na Súmula vinculante 25 do STF, a partir da aplicação do  e interpretação do Princípio pro homine.

Diante disso, conclui-se que Princípio pro homine  nada mais é do que aplicar  a norma mais favorável quando houver o conflito entre uma lei brasileira e um tratado internacional que verse sobre direitos humanos.

É o que tem a  dizer,


Eudes Borges