sexta-feira, 22 de julho de 2016

O MEDO DE JOSUÉ



O MEDO DE JOSUÉ
(22/07/2016)

Medo: Sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça; susto, pavor, temor, terror. (fonte: Dicionário Aurélio)


Antes da morte de Moisés, Deus havia escolhido o guerreiro Josué para sucedê-lo após o seu falecimento (Números 27, v. 18 ao 23). Essa passagem bíblica deixa claro que Josué foi apresentado ao povo como sucessor de Moisés e eles haviam aceitado.

 Moisés havia ouvido de Deus que não iria entrar na terra prometida e que em pouco tempo partiria para o Seu Reino.

Passou-se o tempo e Moisés subiu ao Monte Nebo para ser recolhido aos céus. Não se sabe ao certo se ele morreu ali ou se foi arrebatado, mas o que se compreende é que ele sumiu naquele monte santo.

O povo estava atônito com o sumiço de Moisés e não acreditava que ele havia morrido. Moisés subiu ao monte e simplesmente desapareceu e nunca mais foi visto.

 Por causa disso, o povo de Israel estava incontrolável, nervoso, com a ausência de Moisés e com a falta de informação sobre seu paradeiro.

Pois bem. Com o sumiço de Moisés, quem deveria assumir a liderança do povo? JOSUÉ, já que havia sido escolhido como seu sucessor. Mas o guerreiro José teve medo de iniciar a liderança e isso lhe custou caro.

A rebeldia era notória entre os líderes das doze tribos que, persuadidos por Acan, não queriam se submeter ao comando de Josué.

Então, os complexos inferiores e o medo de enfrentar a rebeldia dos líderes das tribos lhe faziam ficar inerte. Um homem sem voz ativa e sem poder de comando. Este era Josué após o falecimento de Moisés.

O tempo passava e nada de Josué mostrar liderança e capacidade. Foi aí que Deus lhe apareceu e lhe chamou à responsabilidade para que iniciasse logo a liderança que lhe foi confiada. (Josué cap. 01, v. 1/03).

A partir de então, o novo líder tinha de assumir imediatamente essa condição e levar adiante a missão de guiar o povo à conquista da terra prometida (Jericó).

Só que, Josué era um homem cheio de complexos e de incertezas. O medo era seu companheiro. Um homem de Deus, íntegro, reto, temente ao Altíssimo, mas cheio de medos interiores. Josué não acreditava em si mesmo e na sua condição.

Apesar de Deus o ter escolhido e lhe dado a missão de suceder a Moisés, não acreditava que iria lograr êxito.

Ele sabia o quão inconstante os filhos de Israel eram. Ele tinha visto eles amarem e reverenciarem Moisés quando tudo estava indo bem. Mas, ele também os tinha visto tornarem-se rebeldes quando as coisas iam mal. Pois é. Teve que lidar com o medo da rejeição daqueles que ele amava tanto.

O medo final que Josué enfrentou foi o medo do inimigo. Ele tinha ido à terra prometida como espia. Ele e Calebe tinham voltado e dito a Moisés: "Sem problemas. Claro que há gigantes na terra, mas eles não são páreo para o nosso Deus". Foi fácil falar isso quando Moisés estava na liderança. Mas, agora Josué era o líder e ele tinha que fazer ou desistir.

Mas uma coisa me chamou à atenção: Deus o abençoou de tal maneira que chegou a ponto de dizer Ninguém conseguirá resistir a você todos os dias da sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (cap. 01, ver. 05).

Isso é muito forte meu amigo e minha amiga.  O Próprio Deus apareceu para Josué lhe assegurando que ele seria o cara. Mas mesmo assim a missão que ele tinha pela frente não era nada fácil: conquistar a poderosa cidade de Jericó e isso era mais forte em sua mente, o que lhe traziam as dúvidas.

Por causa disso, Deus foi obrigado a “puxar a sua orelha” e mandou ele deixar de ser fraco e medroso (cap. 01, v. 6, 7 e 9): “...Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois, o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar...”.

Essa era a ordem de Deus para Josué acabar com os seus medos: sê forte e corajoso.

Esse era o ponto final que faltava para que Josué vencesse os seus medos, assumisse a condição de líder e realmente levasse o povo à conquista da terra prometida.

O medo foi vencido pela Palavra de Deus. Pela certeza de que Suas promessas iriam se cumprir em sua vida. Aleluia! Não há nada como as promessas de Deus para nos capacitar a enfrentar nossos medos e desafios.

A obediência à Palavra de Deus lança fora o medo, traz a certeza da vitória e a convicção de que nada e ninguém pode nos deter.

Se Deus te escolheu como líder, não temas, vença o medo e parta pra cima do diabo.

É o que tem a dizer,

Eudes Borges

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O MENSAGEIRO DO DIABO - VOCÊ ESTÁ SENDO VÍTIMA DELE?



Existem pessoas que nasceram para serem mensageiras do diabo. Pessoas com essa índole ficam felizes com a desgraça alheia e por isso têm prazer em trazer notícias ruins. Com certeza o amigo leitor deve conhecer um cidadão com essas características macabras.

Principalmente quando as coisas não vão  bem, quando se está vivendo uma fase ruim da vida onde tudo dá errado, sempre nos deparamos com sujeitos dessa qualidade. Não importa se você é uma pessoa boa, um crente, um espírita, um católico, etc. Não tem jeito você irá conviver com um ser dessa natureza, é bíblico.

Pois bem. Relata a Bíblia Sagrada, no antigo testamento, que existia um homem íntegro, fiel, temente a Deus e que se desviava das coisas erradas. Esse homem era podre de rico e tinha uma família abençoada, mas em determinado momento, provou do amargo da vida e perdeu tudo o que tinha. Esse homem se chamava Jó.

Jó era invejado por todos, em face de sua vida próspera, mas infelizmente teve o desprazer de conviver com mensageiros do diabo.

Certo dia, quando os filhos e as filhas de Jó estavam numa festa, na casa do irmão mais velho, um mensageiro veio dizer a Jó que haviam matado os empregados e roubado todo os bois e as jumentas que ele criava e que só ele havia escapado para trazer a má notícia (Jó, cap. 01, vers. 13/14).

Observe que a Palavra de Deus diz claramente que vieram os ladrões e cometeram o crime de latrocínio contra os empregados de Jó e que somente um deles escapou com a finalidade de levar a notícia de desgraça. Esse foi o primeiro mensageiro do diabo que apareceu na vida do homem de Deus.

E a desgraça não parou por aqui não. Narra ainda a Bíblia que enquanto aquele homem ainda estava falando, chegou outro mensageiro de satanás  avisando que  um grande incêndio havia matado as ovelhas e os empregados de Jó e que mais uma vez, ele havia sido o único que tinha escapado para contar aquela desgraça (cap. 01, versículo 16). Foi o segundo mensageiro do diabo que ele conheceu.

Veja meu amigo e minha amiga. Tem gente que é tão azarado que não tem tempo nem de se livrar de uma desgraça para que outra ocorra. Só vive acometido de coisas ruins. É notícia ruim atrás da outra. A convivência com o mensageiro do diabo é comum.

Jó era um homem abençoado,  mas quando a desgraça lhe sobreveio à vida foi uma atrás da outra. Não teve tempo nem de respirar. Será que existem pessoas assim? credito que sim.

O azar era tão grande na vida de Jó que os problemas não pararam por aí não. Outro mensageiro do diabo lhe apareceu em seguida para lhe dizer que um grupo de assassinos havia invadido a sua fazenda e praticado mais um crime de latrocínio, roubando sua criação de camelos e que somente esse empregado havia escapado para anunciar mais essa tragédia (cap. 01, ver. 17). Este foi o terceiro mensageiro do diabo que apareceu na vida de Jó.

Foram tantos os problemas que não dava nem tempo Jó respirar direito. O diabo usou com precisão seus mensageiros para tirar a paz do homem de Deus.

Pra piorar ainda mais a situação, enquanto este último homem ainda estava falando, chegou ainda outro mensageiro e disse: "Amado Jó, seus filhos e suas filhas estavam num banquete, comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho, quando de repente, um vento forte derrubou a casa, soterrando e matando a todos e eu fui o único que escapou para lhe contar"! (cap. 01, vers. 18 e 19). Esse foi o quarto mensageiro do diabo na vida do homem de Deus.

Veja que até então Jó havia perdido todo o seu patrimônio material, mas nessa última notícia macabra, acabou de perder sua família. Quantas desgraças sucessivas não? O homem mais rico daquela época, mas bem sucedido, de uma hora pra outra ficou pobre e sem os filhos. Tudo por causa de uma inveja satânica. A vida de Jó despertava raiva nos outros e isso incendiava o furor em seus adversários. Veja que em todos os episódios o diabo sempre deixava um escapar para levar a mensagem de derrota para Jó.

O mesmo acontece hoje em dia. Quantas são as pessoas que uma hora estavam bem, tinham de tudo e de um momento para o outro só têm recebido notícias ruins? Estão perdendo tudo o que possuíam a ponto de não estarem mais suportando tamanha aflição? É o que chamo de vitimologia[1] dos mensageiros do diabo.

Muitos que leem essa passagem bíblica de Jó, entendem como uma injustiça permitida pelo Divino, já que o próprio texto sagrado revela que Jó era um homem de Deus e que não vivia no pecado, pelo contrário, ele sacrificava em favor dos filhos e de toda a sua família e por isso jamais poderia ser vítima dos mensageiros de satanás.

O que tenho extraído é que não importa quem você seja; não importa a condição financeira, racial, étnica, religiosa ou intelectual. Ninguém está livre de conviver com esse maldito mensageiro do diabo. A sua vida sempre vai despertar inveja no preguiçoso e na pessoa de índole reprovável. Não tem como evitar. O que importa é que se você estiver firme com Deus, com certeza irá sobressair sobre todos os problemas trazidos por esses mensageiros, assim como Jó.

Ele teve um final feliz porque apesar de tudo jamais abandonou a confiança em Deus e isso lhe foi imputado por justiça (capítulo 42, versículos 10 ao 17).

É o que tem a dizer,

Eudes Borges  


[1] Ramo da criminologia que estuda a personalidade das vítimas de crimes ou delitos e seu estatuto psicossocial, além dos efeitos psicológicos nelas provocados pelo crime de que foram alvo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

PRINCÍPIO PRO HOMINE

Pouco se tem falado sobre esse assunto e é por isso que apresento ao amigo leitor um pequeno estudo sobre o Princípio pro homine.

Ocorre quando o direito interno brasileiro conflita com a regra de direito internacional, ou seja, contra uma convenção ou  um tratado internacional.

O Princípio pro homine resolve pra nós esse problema, dizendo o seguinte: "quando houver esse conflito, aplique a norma mais favorável". Quando se tratam então de normas que asseguram o direito, vale a norma que mais amplie o direito do homem.

Quando estivermos diante de restrições ao gozo do direito, deve prevalecer o sentido de que faz menos restrições e que mantenha a maior amplitude do exercício do direito. Isto é o Princípio pro homine (aplique a regra mais favorável).

Pois bem. Quando o conflito do direito interno conflitar com a norma internacional, não importando a hierarquia, se é a própria constituição ou uma lei infraconstitucional, aplicar-se-à o Princípio pro homine (a norma mais favorável).

O próprio Supremo Tribunal Federal disse isso quando acabou com a prisão civil do depositário infiel. Pois é. o Supremo enfrentou o conflito entre a norma brasileira da constituição e uma norma da convenção americana de direitos humanos. Ali a suprema corte disse que vale a norma mais favorável aos direitos.

Qual é a norma mais favorável? A que proíbe prisão civil de depositário infiel. Foi assim que ficou decidido (Súmula vinculante 25).

A própria Constituição brasileira no artigo 5º, § 2º, possibilita aplicar todos os direitos previstos nos tratados internacionais, portanto, é vontade do legislador brasileiro que se apliquem as normas de direitos internacionais.

É aí então que temos legitimidade das normas internacionais. E o Supremo fez isso ao dizer que não cabe mais prisão civil brasileira ao depositário infiel.

Porque? porque a convenção americana proíbe. Pois é. Se fosse só pela constituição brasileira, como era antes, seria possível prisão ao depositário infiel, mas aplicando a norma internacional não é mais possível ter esse tipo de prisão civil. Só cabe prisão civil ao devedor de alimentos. É o que ficou determinado na Súmula vinculante 25 do STF, a partir da aplicação do  e interpretação do Princípio pro homine.

Diante disso, conclui-se que Princípio pro homine  nada mais é do que aplicar  a norma mais favorável quando houver o conflito entre uma lei brasileira e um tratado internacional que verse sobre direitos humanos.

É o que tem a  dizer,


Eudes Borges

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

AS ESPOSAS DO REI DAVI

De acordo com a Bíblia Sagrada Davi foi um homem polígamo. Teve oito esposas e mais de 20 filhos. Mas o interessante dessa história é que cinco delas eram originárias e as demais foram tomadas de outros homens. Vamos aos nomes das cônjuges do rei Davi.

Mical foi a primeira e única esposa singular de Davi. Filha do Rei Saul, casou-se com Davi quando ele ainda não era rei (1ª Samuel capítulo 18, vers. 20 em diante e cap. 19, vers. 11).

Pois bem. Como Saul queria matar Davi porque Deus havia entregue o reinado nas mãos dele, Mical ficou sabendo do plano assassino de seu pai e avisou tudo para ele, que fugiu de madrugada para não morrer e sua esposa ficou, em respeito ao seu pai. Para se vingar, Saul acabou com o casamento entre Davi e Mical, entregando-a para um outro homem chamado Palti. (1ª Samuel, cap. 25. vers. 44).

Mical amava demais a Davi e sofreu muito com a separação. Infelizmente Davi não teve filhos com ela porque o casamento durou pouco tempo.

A segunda esposa de Davi se chamava Abigail. Ora, Abigail foi casada com Nabal, um homem rico e muito avarento que desafiou o rei Davi. Nabal morreu doente e Davi se apoderou da mulher dele e se casou com ela (1ª Samuel cap. 25, versículo 36 em diante).

Desse relacionamento nasceu Quileabe (2ª Samuel, cap. 3, vers. 3).

A terceira esposa de Davi foi Ainoã.  O interessante dessa história é que Ainoã era esposa de Saul (1ª Samuel, cap. 14, vers. 50) e quando ficou viúva, já que Saul se matou, Davi a tomou por mulher (1ª Samuel cap. 25, vers. 43).

Como não podia ser diferente, desse matrimônio nasceu Amnon, a primeira vergonha de Davi (2ª Samuel cap. 3, vers. 2). Amnon cometeu incesto e estuprou a própria irmã Tamá. Por causa disso foi assassinado pelo irmão Absalão (2ª Samuel 13, vers. 7 em diante). Mais um casamento de derrota do rei Davi e o primeiro filho problemático do rei.

O quarto casamento de Davi foi com Eglá e está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 5. O interessante é que a Bíblia não diz como se iniciou esse relacionamento e nem como terminou.

Desse quarto relacionamento nasceu Itreão (2ª Samuel, cap. 3, vers. 5).

O quinto matrimônio de Davi foi com Maaca e está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 3. Desse casamento nasceram dois filhos: Absalão e Tamá. Absalão  foi o segundo filho que envergonhou o pai.

Pois bem. Tamá era uma mulher muito bonita e formosa e foi estuprada pelo irmão Amnon, filho de seu pai com Ainoã. Amnon era o filho mais velho de Davi e possivelmente era quem iria assumir o trono com a morte do rei. Mas essa tragédia já era prevista porque Davi se apoderou da viúva de Saul e por isso coisa boa não poderia vir dessa união.

O rei Davi ficou muito irado quando soube do estupro, mas nada fez porque sempre defendeu o seu filho querido Amnon. Mais outra tragédia familiar estava para acontecer: era a vingança de Absalão.

Por dois anos Absalão tratou Amnom friamente sem lhe dirigir palavra. Ao final deste período ele viu a oportunidade de executar o seu plano premeditado, pois Davi já teria dado o caso do estupro por encerrado.

Pois bem. Absalão resolveu fazer justiça com as próprias mãos e se  vingou de Amnom, matando-o e, por conseguinte, vingando o crime praticado contra sua também irmã.

A Bíblia diz que os irmãos Absalão e Amnon nunca se deram bem. A inveja sempre imperou entre eles, já que Absalão nunca havia aceitado uma possível sucessão do trono por parte do irmão mais velho Amnon.

Depois de cometer o crime de assassinato Absalão se refugiou na casa de seu avô materno Talmai, rei de Gesur.

Davi pranteava a morte do seu filho Amnom todos os dias e perseguiu Absalão por três anos. Ao fim deste período, mediante uma arapuca, Joabe conseguiu que ele perdoasse Absalão, permitindo sua volta a Jerusalém. Esse foi mais um erro fatal cometido por Davi, que pagou caro pela indulgência que mostrou para com este filho.

Passados três anos, Absalão também se rebelou contra o pai, tentando destroná-lo e matá-lo. Com a ajuda Aitofel, homem de confiança de Davi, tentou dar um golpe de estado para assumir o trono.

Pois é. Ele começou a roubar a simpatia do povo se fazendo de amigo de todos e foi para Hebrom e ali se declarou rei, contando com o apoio de muita gente, inclusive do homem de confiança de Davi, Sr. Aitofel.

A partir de então Davi teve que deixar Jerusalém para se proteger e planejar sua resistência. Quando Absalão soube que Davi tinha deixado Jerusalém foi para a cidade e se apoderou do trono de seu pai.

Pra piorar a situação, Absalão cometeu imensa torpeza ao se relacionar sexualmente com as esposas de Davi, em frente de todo o povo de Israel (2ª Samuel, cap. 16, vers. 20/23). Mais uma vergonha para o pai. Mas veja que Absalão era filho de Davi com a viúva de Saul. Só podia dar nisso. Pagou caro pelas besteiras que fez.

Mas essa história não ficou assim. Davi era um homem de guerra e por mais que lhe doesse, era preciso derrotar seu próprio filho Absalão. Joabe, que era o comandante do exército de Davi, organizou a resistência e atraiu Absalão e seus seguidores à floresta de Efraim e ali os derrotou. Absalão fugiu montado numa mula, mas seus belos cabelos ficaram presos nos galhos de uma árvore.

Davi tinha dado ordens para não matarem seu filho, mas não foi obedecido e Absalão foi atingido por Joabe  e depois morto por dez homens. Estava morto o rebelde Absalão. Tudo está escrito em 2ª Samuel do capítulo 13 ao 18.

Fiz questão de escrever um pouco mais sobre esses dois filhos de Davi porque foram filhos da vergonha, de um casamento usurpador que começou errado e só poderia ter trazido consequências trágicas. Amnon e Absalão, dois filhos problemáticos, fruto de casamentos errados de Davi, um homem polígamo.

A sexta esposa de Davi se chamava Hagite. Não se tem muita informação desta mulher, mas alguns registros dão conta de que ela era uma dançarina muito bonita e Davi se encantou por ela. O início do relacionamento está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 4

 Desse casamento nasceu Adonias (2ª Samuel, cap. 3, vers. 4). O terceiro filho problemático de Davi. O que tentou se apoderar do trono de Israel quando seu pai estava velho (1ª Reis, cap. 1).

Diz a Bíblia que com a morte de Amnon e Absalão, Adonias passou a ser o filho mais velho de Davi e o primeiro na ordem sucessiva. Era ele quem deveria assumir o trono quando Davi falecesse.

Acontece que, quando Davi já estava bem velhinho e sem condições físicas de reinar, já que a saúde não permitia, seu filho Adonias vendo aquela situação resolveu usurpar o trono e assumiu o reinado, mesmo sem o consentimento do pai (1ª Reis, cap. 1).

Só que, conforme irei descrever no oitavo casamento de Davi, Betsaba não aceitou essa situação e fez seu esposo jurar por Deus que o rei seria seu filho Salomão. Com isso, Adonias foi destronado e quem assumiu foi realmente seu irmão Salomão.

Por causa disso, Adonias foi assassinado pelo irmão Salomão. Mais uma tragédia na família de Davi. O terceiro filho da perdição. Irmão matando irmão (1ª Reis, cap. 2, vers. 13 ao 25).

O sétimo casamento de Davi ocorreu com Habital. Esse matrimônio está registrado em 2ª Samuel, cap. 3, vers. 4 e da mesma forma a Bíblia não diz como se iniciou esse relacionamento.

Dessa união nasceu Sefatias (2ª Samuel, cap. 3, vers. 4).


E por fim, o oitavo casamento de Davi se deu com Betsaba. Essa mulher era esposa de Urias, soldado fiel de Davi e a que mais o encantou. Veja que Davi já havia se casado sete vezes e mesmo assim não era feliz.

De olho no corpo escultural de Betsaba Davi tramou a morte do esposo da mesma (Urias) para enfim, ter relação sexual com ela e depois se casar.

Dessa relação sexual ilícita nasceu o quarto filho da perdição e a partir daí a vida do rei só piorou, pois Deus não aceitou esse pecado e matou o filho de Davi (2ª Samuel, cap. 11, versículo 26 em diante). Toda a sua família foi destruída pelo mal, como exposto acima.

Desse oitavo e último casamento nasceram: a criança que morreu e que a bíblia não diz o nome, Simeia, Sobabe, Natã e Salomão. (a criança sem nome foi o quarto filho problemático de Davi e Salomão foi o quinto).

Pois bem. Como a vida conjugal e familiar de Davi nunca foi das melhores, já que cinco de seus filhos foram desonra para a sua história, não restou alternativa na escolha de seu sucessor no trono. Ele amava Absalão e Amnon e este último era o possível sucessor monarca já que era o primogênito, mas ambos estavam mortos, conforme foi explicado acima.

Deste modo o caminho ficou livre para Betsaba, que sem sombra de dúvidas influenciou decisivamente Davi na sucessão do trono. Ela queria que seu filho Salomão fosse rei e conseguiu.

Só que Adonias era agora o filho mais velho de Davi e pela lógica seria o seu sucessor no trono. E assim agiu. Sabendo que seu pai estava velho e sem condições físicas para reinar, resolveu usurpar o trono antes que Salomão assumisse (1ª Reis, cap. 1).

Mas Betsaba não queria saber disso. O trono era do filho dela e acabou-se. Era assim que ela queria. Com a ajuda do profeta Natã apelou para os sentimentos de Davi, fazendo-o jurar pelo Deus dele que o rei seria seu filho Salomão. Com isso, Adonias foi destronado e quem assumiu foi realmente seu irmão Salomão e como primeiro ato mandou assassinar Adonias. Mais uma tragédia na família de Davi. Irmão matando irmão (1ª Reis, cap. 2, vers. 13 ao 25).

Observe que, diferentemente do que aconteceu com o seu pai,  Salomão não foi escolhido por Deus para reinar sobre Israel. Ele foi colocado no trono por ocasião do destino, ou seja, com a ajuda de sua mãe Betsaba e do profeta Natã, já que na ordem sucessiva os filhos mais velhos de Davi foram mortos e não puderam reinar em seu lugar.

É importante ainda registrar que de acordo com 1ª Crônicas, capítulo 3, Davi teve 20 filhos, dos quais, alguns foram citados acima.

Diante do exposto, conclui-se que no início Davi era um homem de Deus e por isso foi escolhido para reinar, mas com o passar do tempo agiu praticamente pior que seu antecessor Saul, já que das oito esposas que teve, três delas (Abgail, Ainoã e Betsaba) foram tomadas de outros homens e desses três relacionamentos nasceram filhos perturbados e amaldiçoados que cometeram incesto (Amnon), tentativa de assassinado contra o pai (Absalão), assassinatos entre eles (Absalão e Salomão) e estupros contra as mulheres do pai (Absalão).

O tempo, ao invés de amadurecer, apodreceu a Davi, tornando-o um homem ganancioso, tomador da mulher alheia, polígamo,  indulgente aos filhos e sem condições de castigá-los, quando ele próprio havia falhado desastrosamente na área da imoralidade sexual.

Desviou-se do caminho de Deus quando deixou o poder falar mais alto que a razão e os desígnios do Soberano, já que não valorizou sua primeira esposa Mical, passando a ter várias mulheres, sem nenhum escrúpulo moral, ético e social.

Talvez o amigo leitor faça a seguinte pergunta: "Mas naquela época a poligamia não era a regra"? A resposta é sim, mas poligamia com mulher alheia não meu nobre. Note que a partir do momento que Davi tomou as esposas de Urias, Saul e Nabal, a desgraça lhe sobreveio. Cinco filhos problemáticos nasceram e destruíram seu reinado, sua família e acima de tudo a sua comunhão com Deus.

Oito esposas e nenhum casamento feliz. Um conhecedor da Palavra que se perdeu com o tempo.

É o que tem a dizer,


Eudes Borges